Boa onda.
From Here to Now to You (o seu sexto álbum) foi lançado em Setembro de 2013 e entrou directamente para os primeiros lugares dos tops nos EUA e no Canadá. Trata-se do sucessor de To The Sea (2010) e segue a mesma linha deste: um conjunto de canções harmoniosas e tranquilas que nos colocam um sorriso na cara e nos deixam bem-dispostos. Neste álbum, o também surfista, continua muito fiel a si próprio, aos seus trabalhos anteriores e às suas raízes. Com o habitual acompanhamento dos instrumentos de cordas, canta temas ligeiros e suaves sobre o amor e a preocupação ambiental, sempre com a influência do mar como pano de fundo. Neste caso pode-se afirmar “Oceano Pacífico, só músicas calmas”.
A entrada nesta viagem acústica é-nos dada através de “I Got You” que, para além de ser o primeiro single, é das melhores músicas do álbum. Uma música feliz, amorosa, marcada pelos acordes da guitarra e pelo assobio, com um refrão singelo e ternurento “I’ve got you/I don’t need nothing more than you”. Em “Shot Reverse Shot”, Jack Johnson canta em ritmo acelerado, voltando a abrandar em “Never Fade”, uma balada melosa que retrata a história (a sua?) do início de uma relação amorosa e que exclama “It feels good to be the one”. Já “Tape Deck” preenche-nos o ouvido com a sonoridade característica do ukelele.
“Don’t Believe a Thing I Say” é um tema que busca o interior, que faz reflectir e questionar acerca da nossa liberdade. A simpatia do ukelele volta em “As I Was Saying” e “You Remind me of You” embala com a sua simplicidade. “Radiate” larga as guitarras, destacando o som da melódica. “Ones and Zeros” traz uma mensagem de reacção pró-ambiental, mencionando que os jovens deviam largar todos os gadgets, que utilizam constantemente, e prestar mais atenção ao que os rodeia. A serenidade de“Change” é partilhada na voz e na guitarra com o amigo Ben Harper. Depois de um agradável passeio, chegamos a uma óptima maneira de concluir o álbum. “Home” é a canção na qual Johnson canta sobre a importância do lar – que é qualquer local onde estejamos desde que haja a presença do amor.
Todo o álbum é um convite ao namoro e Jack Johnson demonstra, mais uma vez, que é competente e que não consegue fazer um mau álbum, mas verdade seja dita, também não arrisca e não muda de “prancha”, preferindo seguir sempre na mesma onda. Portanto temos presente mais do mesmo, contudo, tudo isto vale a pena por ser sempre uma sonoridade tão amistosa e agradável, que nos faz suspirar pelo regresso dos dias quentes de Verão. Se o objectivo é fazer música feliz, foi até agora sempre cumprido.