Carlos Videira, candidato à presidência da direção da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM), apresenta, em entrevista ao ComUM, os motivos que o levam à sua recandidatura e ainda os projetos que tem para o mandato a que concorre. Para o estudante de mestrado em Direitos Humanos, a ação social constitui uma das principais áreas de intervenção do programa eleitoral da lista A.

O que te motivou a apresentar a tua recandidatura à AAUM?

Motivam-me sobretudo duas razões. Primeiro, a convicção de que depois de um primeiro mandato me devo submeter ao julgamento dos estudantes pelo trabalho desenvolvido e pelo cumprimento do programa eleitoral que apresentei para o mandato de 2013. Segundo, a certeza de que a experiência de um primeiro mandato e a descoberta de novas oportunidades podem fazer crescer ainda mais a associação académica e afirmar os legítimos interesses dos estudantes da Universidade do Minho (UM).

Que balanço fazes do teu mandato?

Faço um balanço muito positivo. Os estudantes reconhecem que cumprimos grande parte do programa eleitoral com que nos apresentamos a sufrágio. Entre as principais medidas, impedimos o aumento de propinas, contribuímos para a concretização do Fundo Social de Emergência, baixamos o preço das senhas de cantina e dos transportes entre Braga e Guimarães, criamos salas de estudo abertas 24 horas por dia em Gualtar e Azurém, iniciaram-se as obras no percurso entre as residências universitárias e o Campus de Azurém, revitalizamos o cartão de sócio criando o Cartão Jovem Académico AAUM e aproximamos a associação académica dos estudantes convocando várias Reuniões Gerais de Alunos durante o ano. A nível externo não posso deixar de assinalar a participação ativa da AAUM conjuntamente com todo o movimento associativo estudantil, sendo a eleição do seu presidente como representante dos estudantes do Ensino Superior Universitário no Conselho Nacional de Educação um reconhecimento da sua intervenção ao longo de todo o mandato.

Quais as prioridades da lista que lideras? O que irá orientar a vossa ação caso vençam o ato eleitoral?

Os nossos compromissos continuarão a ter a vertente social como principal prioridade. Assumiremos uma defesa intransigente de alterações regulamentares ao nível da ação social direta e indireta e de criação de instrumentos que monitorizem e previnam o abandono escolar. Manteremos uma participação ativa no processo de decisão do Fundo Social de Emergência da UM e na angariação de verbas para o mesmo através de iniciativas solidárias. Por outro lado, daremos primazia total à reativação definitiva da Fundação Associação Académica da Universidade do Minho como estrutura de apoio social, intervenção cultural e aproximação dos estudantes às cidades de Braga e Guimarães. Já a aproximação aos estudantes de Guimarães, também assumida no mandato de 2013, conhecerá novos desenvolvimentos com a realização do Campeonato Mundial Universitário de Andebol e a redinamização da sede da AAUM em Guimarães com a reabertura do Bar Académico, a implementação plena do serviço de explicações, a criação de espaço para incubação de empresas de estudantes da UM e a criação de um estúdio da RUM [Rádio Universitária do Minho] na sede de Guimarães. Em 2014, será também concretizada finalmente a abertura da Reprografia da Escola de Arquitetura. No que diz respeito à presença da AAUM em Braga, saliente-se o objetivo da criação de uma reprografia na Escola de Ciências da Saúde e a criação de um espaço de atendimento da ESN Minho no Campus de Gualtar. Saliente-se também o compromisso com o desenvolvimento do projeto relativo à nova sede da AAUM, reforçando as negociações junto da reitoria e da Câmara Municipal de Braga para redefinição do projeto, localização e área disponível e data de implementação do mesmo.

Que novidades poderão surgir na vossa ação caso vençam as eleições?

Na aproximação entre os campi, a criação do passe social nos transportes entre Braga e Guimarães será uma realidade nos primeiros meses de mandato, acompanhando o processo de reforço do Cartão Jovem Académico AAUM através do desenvolvimento da tecnologia RFID. Na relação com os núcleos de estudantes deverá também haver um reforço da ligação com a associação académica. Pretendemos conferir uma maior centralidade e importância à Assembleia de Núcleos, estabelecendo um regimento e regulamento que enquadre a sua ação como órgão consultivo da direção da AAUM.

Quais são as vossas prioridades face à conjuntura atual?

A principal prioridade é que não haja estudantes a deixar a UM por falta de condições financeiras. Assegurado esse objetivo, temos como prioridade as condições pedagógicas de todos os estudantes, assegurando um conjunto de atividades extracurriculares disponíveis ao nível do associativismo, do voluntariado, do desporto e da cultura, bem como o alargamento de perspetivas para a inserção dos estudantes no mercado de trabalho.

Que projetos defendem para os diversos departamentos da AAUM?

No departamento pedagógico teremos uma participação ativa na discussão e implementação do Regulamento Académico da Universidade do Minho e iremos também reivindicar salas de estudo e bibliotecas abertas ao fim de semana. No departamento de saídas profissionais e empreendedorismo, comprometemo-nos com um reforço das atividades já realizadas ao longo deste mandato. O Gabinete de Inserção Profissional e o LIFTOFF – Gabinete do Empreendedor da AAUM garantirão um apoio personalizado aos alunos que queiram ingressar em estágios ou oportunidades de mobilidade, bem como aqueles que decidirem enveredar pela criação do próprio negócio. No que diz respeito ao departamento desportivo, continuaremos o trabalho ao nível da promoção do desporto de recreação em atividades como a Gata na Praia, o Troféu AAUM, ou a realização de jogos de cariz solidário. Já no que toca ao desporto de competição, assumimos como objetivo o aumento do número de medalhas e de participações nas competições nacionais e internacionais, tendo em vista a conquista do 1º lugar do ranking da Associação Europeia de Desporto Universitário. Por outro lado, pretendemos continuar a aposta no crescimento consolidado e sustentável do projeto de futsal federado SC Braga/AAUM. No departamento cultural, pretendemos promover um reforço da ligação dos grupos culturais às cidades de Braga e Guimarães. Temos ainda como objetivo reforçar a intervenção cultural da RUM junto dos estudantes e das cidades de Braga e Guimarães, bem como recuperar a realização do Festival Universitário de Artes Performativas. Quanto ao departamento recreativo, pretende-se que haja uma manutenção dos níveis de qualidade, impacto e segurança das festas académicas, bem como da componente social e solidária dos mesmos, num quadro de necessária redução orçamental.

Que desafios vai enfrentar a AAUM durante o próximo ano?

A AAUM terá que encontrar um quadro de sustentabilidade num cenário de grandes restrições orçamentais, procurando que a quebra de receitas não afete a sua atividade e a sua missão de servir todos os estudantes nas mais diversas áreas de ação. A AAUM terá também que se aproximar ainda mais dos estudantes estabelecendo quadros de colaboração ativos com núcleos de curso, secções, grupos culturais, comissões de residentes, delegados e alunos representantes nos órgãos representativos da UM.