Marta Ren em entrevista ao ComUM
Considerada uma das “soul queens” da música em Portugal, Marta Ren, natural do Porto, canta profissionalmente desde muito jovem.
Numa pequena entrevista ao ComUM, Marta Ren falou de projetos passados, da sua música, de inspirações para o novo desafio de uma carreira em nome próprio e do espetáculo de amanhã, em Guimarães.
A cantora atuou em Braga no passado dia 5 de outubro, no Theatro Circo, e vem agora, pela primeira vez, à “cidade berço”. No dia 23 de novembro apresenta no palco do Centro Cultural Vila Flor o seu mais recente trabalho a solo. Com inspirações em géneros musicais distintos, o novo álbum promete dar origem a um espetáculo cheio de energia.
O que levou a Marta Ren decidir começar uma carreira a solo?
Acho que querer passar pela experiência de lançar um disco a solo faz parte da evolução de qualquer cantor. Eu fiz parte de duas bandas, Sloppy Joe e The Bombazines, durante 3 anos, estive nos The Funkalicious, uma banda de covers, e fiz participações em muitas outras bandas. Achei que esta era a altura ideal para me atirar de cabeça neste desafio.
Já “experimentou” um pouco de tudo na música, desde o reggae ao hip hop. Passou por diversos projetos e colaborou com artistas de panoramas musicais distintos. Hoje, é considerada uma das “soul queens” portuguesas. O que é que a levou a escolher um género mais ligado ao soul e ao blues para o seu álbum de estreia a solo?
Este álbum a solo está a ser “cozinhado” na minha cabeça, e estimulado também por amigos, há cerca de sete anos. A demora reside aí mesmo, na escolha do estilo. Não foi uma decisão fácil e estes sete anos serviram para isso mesmo, para maturar esta escolha… Foi uma caminhada natural. Todos esses estilos são “netos dos mesmos avós”, daí que o culminar no soul/funk/rhythm and blues seja quase óbvio.
Perante todo esse background de vários estilos e colaborações, prefere cantar em português ou em inglês?
Em inglês, devido a toda a minha influência anglo-saxónica. Comecei a ouvir música cantada em português por volta dos 22 anos, quase oito anos depois de já cantar profissionalmente numa banda.
Em relação às suas músicas, e sabendo que é a Marta que escreve as suas próprias letras: elas refletem a sua personalidade, as experiências que já viveu, ou a criação é algo mais livre, espontâneo?
As letras falam de experiências minhas, de amigos, de experiências minhas com amigos. Já me inspirei em filmes, em livros… Depende do que a sonoridade da música me pede.
O que pretende transmitir com as suas músicas?
O que quero passar com as letras e a música é emoção, é o meu objetivo em tudo o que faço: fazer com que as pessoas sintam algo forte e com impacto em alguma altura das suas vidas.
Há algum cantor/a em especial que a inspire? Porquê?
Tantos e tantas… De todos os géneros musicais! Gastava páginas a escrever nomes. Digo dois, os primeiros que me vieram à cabeça: Marva Whitney e Otis Redding. Pela alma com que cantam e profundidade das suas letras.
Deu um concerto no Theatro Circo, em Braga, no passado dia 5 de outubro. Como foi a sua experiência com o público bracarense e que feedback recebeu? Já tinha tido experiências anteriores neste palco?
Ainda não tinha cantado no Theatro Circo, que deve ser um dos mais bonitos palcos que temos no país. Foi uma experiência muito boa. Saí do concerto realizada e o feedback do público foi incrível.
No próximo dia 23 de novembro vai dar um concerto no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães. O que é que a plateia pode esperar de si?
Estou à espera de dia 23 com alguma ansiedade e muito entusiasmo. As pessoas podem esperar um concerto com um alinhamento de 14 músicas e com nove músicos cheios de energia a fazerem o melhor que sabem.
Quais são as suas expectativas relativamente ao público vimaranense?
Espero que se entreguem, que se esqueçam de todos os problemas que tiveram durante a semana e que dançem e cantem muito.
Francisca Vilas Boas