AAUM: Carlos Videira assegura continuidade e Luís Masquete garante resistência
Onze dias depois da reeleição de Carlos Videira como presidente da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM), o ComUM revela agora as principais reações do vencedor e principal opositor, Luís Masquete.
Reeleito com 81% dos votos, Carlos Videira volta a liderar a AAUM por mais um ano letivo. A escolha fez-se perante uma alta taxa de abstenção, que rondou os 88% dos estudantes. Estes valores confirmam aquilo que já se tornou uma tendência dos alunos minhotos: escapar às urnas.
Ainda assim, Carlos Videira mostra-se seguro dos resultados alcançados. A vitória revela que “os alunos se revêm no trabalho realizado ao longo do primeiro mandato e que se identificam com ele”. A reeleição é para o estudante “um voto de confiança”, que tenciona assumir com responsabilidade.
Para o atual presidente da AAUM, a lista A “fez uma campanha esclarecedora, séria e assente em projetos e ideias sobre a missão da AAUM e o posicionamento sobre matérias que dizem respeito aos estudantes”. Carlos Videira considera, ainda, que a sua lista foi a única a apresentar um programa eleitoral durante a campanha. As propostas estiveram disponíveis no site da lista e nas redes sociais.
Refletindo sobre a forte abstenção registada nas últimas eleições, Carlos Videira critica o facto de “as restantes listas não se apresentarem como alternativas credíveis”, nem sugerirem um caminho de atuação diferente nas várias áreas da associação académica. Segundo o presidente da AAUM, estes aspetos podem ter desmotivado os alunos. O estudante acresce, ainda, o significativo número de estudantes de mestrado e de doutoramento, que acaba por ser decisivo para as contas da abstenção. No futuro “seria importante que se dividisse os níveis da abstenção por ciclo de estudo” e que fossem revistos os estatutos da AAUM, que não estão adequados ao aumento do número de estudantes de mestrado e de doutoramento, confessou.
De olhos postos no novo mandato, a atual direção da AAUM quer continuar a apostar na vertente social, retomando o processo do Fundo Social de Emergência, constituir um grupo de trabalho para estudar o abandono escolar na Universidade do Minho, e criar um passe social para os transportes entre Braga e Guimarães. Outra medida que Carlos Videira destacou foi a reativação da Fundação AAUM que, no seu entender, “se constitui como um importante instrumento de apoio social e ligação às cidades de Braga e Guimarães”.
Luís Masquete vai continuar a AGIR
Apesar da derrota nas eleições, o candidato pelo movimento AGIR, Luís Masquete, promete “não ficar por aqui”.
Em entrevista ao ComUM, Luís Masquete fez um balanço positivo da campanha, considerando o seu grupo “mais forte e dinâmico”. À lista vencedora, o estudante volta a apontar críticas, no que toca à sua atuação com os órgãos da universidade e com os estudantes minhotos.
“Sempre fomos claros no que toca às diferenças em relação à atual direção da AAUM e continuaremos a afirmar as mesmas. Eles têm um modelo e linha de orientação nos quais não nos revemos e que achamos que não são aplicados em prol dos estudantes”, explica Luís Masquete.
Com uma taxa de abstenção a rondar os 88% , a lista A foi eleita com, aproximadamente, 81% dos eleitores efetivos, contra 11% da lista B e 8% da lista C. Votaram, ao todo, 2201 alunos, num total de 18207.
Perante estes dados, Luís Masquete afirma a existência de “uma continuidade em relação aos anos anteriores”. Para o candidato da lista B, este distanciamento dos alunos face à associação académica “não é mero acaso”, visto que a “AAUM não quer saber dos alunos”.
“Muitos eram aqueles que nada sabiam acerca das eleições” e esses estudantes “simplesmente vêem-se excluídos”, conclui.
Relativamente à suposta falta de informação dos estudantes, recorde-se o que, em entrevista ao ComUM, afirmou o candidato da lista C, Edgar Carvalho, durante a campanha eleitoral: “Existe falta de comunicação e exemplo disso foi o caso da Reunião Geral de Alunos (RGA) que teve lugar no início do ano letivo, em que nem sequer estiveram presentes 100 alunos”. Depois das eleições, o ComUM tentou contactar Edgar Carvalho mas, até ao momento, o candidato ainda não prestou quaisquer declarações.
Miguel Faria
Rita Baptista