A californiana Katy Perry, menina bonita da Pop americana, está de volta com um novo trabalho: ‘Prism’. O sucessor de Teenage Dream deixa para trás o ambiente festivo e adolescente, dando lugar a um disco mais introspectivo, reflexo das vivências pessoais da cantora nos últimos tempos – como, por exemplo, a separação de Russel Brand. A própria havia admitido que este seria um álbum mais obscuro, algo que seria desmentido tempos depois, mas aqui é certo que ela enterra de vez as perucas coloridas e o cheiro “a gomas”, que já não é tão intenso como antes.

Prism vem provar a evolução e amadurecimento musical da cantora. O objectivo acaba por ser cumprido, pois apesar de não ser tão divertido, Perry apresenta um bom álbum, com qualidade e com potencial no mundo comercial da música Pop, que de certeza irá bater recordes de vendas e irá fazer sucesso nos “charts” por esse mundo fora.

 

A entrada no prisma é nos dada por “Roar”, o primeiro single dado a conhecer ao público que acabou por se tornar um grande sucesso comercial passando a ser reproduzido, exaustivamente, tanto nas televisões como redes sociais e rádios. Canta sobre encontrar a sua voz e a sua força para representar aquilo em que ela acredita: “I got the eye of the tiger, the fire/Dancing through the fire, ‘cause I am a champion/And you’re gonna hear me roar.” “Legendary Lovers” é acompanhada por uma sonoridade oriental e por um refrão que soa a excelente: “Take me down to the river, underneath the blood orange sun. Save my name like a scripture, keep my heart beating like a drum”. Depois de cantarmos os parabéns ao som dance de “Birthday”, encontramos em “Walking on Air” um convite para dançar, sendo esta uma das melhores músicas do álbum – um tema eurodance bastante animado e festivo, muito ao estilo das músicas dos anos 90.

A sensibilidade de “Unconditionally”, o próximo single, é o auge do romantismo e “Dark Horse”, tem uma batida inicial que primeiro estranha, mas depois entranha (e bem que entranha!) pois é também um dos pontos altos do álbum, apesar do featuring com Juicy C parecer algo desnecessário e desenquadrado. “This is How We Do” passa totalmente ao lado, pois soa muito juvenil, fazendo lembrar as músicas da Avril Lavigne; passeamos, ainda, à volta do mundo com a história de uma rapariga e do seu “International Smile”. A balada harmoniosa “Ghost” remete para um “One That Goes Away 2.0” mas fica bastante aquém e parece passar despercebida como outras canções no álbum.

 

Numa fase, em que a concorrência é muito forte com a entrada no mercado dos novos discos das rivais Lady Gaga, Britney Spears e Miley Cyrus, Katy Perry tem o seu lugar a defender. Apresenta um bom álbum – nada de extraordinário é certo. Apesar de ter algumas músicas que surgem como cartas fora do baralho, simplesmente para encher, tem igualmente outras com muito potencial e com felizes referências sonoras aos anos 80 e 90 que podem tornar-se grandes sucessos, juntando esses, aos muitos que a própria já amealhou na sua ainda curta carreira. Afinal, Katy Perry contraria a crítica, demonstrando que não está perdida ou ultrapassada. Para os amantes da música Pop e das músicas radio-friendly está aqui algo que se recomenda e que vale a pena ouvir.