António Salvador venceu as eleições para a presidência da Direção do SC Braga, realizadas esta noite. No ato eleitoral mais concorrido da história do clube minhoto, o candidato da Lista A reuniu cerca de 87 por cento dos votos e conseguiu manter-se na liderança dos arsenalistas, onde já está desde 2003. Construir uma cidade desportiva, apostar num canal de televisão e manter o crescimento desportivo são as apostas de António Salvador.

Durante a campanha eleitoral, António Salvador deixou uma frase forte rumo ao futuro. “Sim, podemos ser campeões”, referiu, mostrando-se empenhado em obter sucesso desportivo. Fora do terreno de jogo, o presidente reeleito do SC Braga pretende ultrapassar a barreira dos 40 mil sócios – atualmente, o clube tem cerca de 31 mil – e também melhorar as estruturas do clube. Nesse sentido, o plano de Salvador para o triénio 2014-2016 engloba a construção de uma cidade desportiva, capaz de albergar todas as modalidades do clube, e a criação da SC Braga TV, um canal que deverá começar a emitir na internet.

Esta foi a primeira vez em que Salvador, de 43 anos, enfrentou concorrência: desde 1988, quando Alberto Silva venceu João Gomes Oliveira, que não existia mais do que um candidato à presidência do clube minhoto. A candidatura de Nuno Carvalho, empresário de 37 anos, ajudou a criar alguma expetativa à volta de um ato eleitoral que contou com a participação de mais de três mil sócios – num universo de 17 500 votantes. Nunca na história do SC Braga se assistira a uma afluência tão elevada às urnas. 

No entanto, o processo de reeleição de António Salvador – que chegou a mostrar intenção de não avançar – fica também marcado por alguma polémica. Além de Nuno Carvalho ter denunciado eventuais irregularidades na elaboração da lista opositora, também o “choque” de Salvador com Mesquita Machado adensou o clima de tensão em volta do ato eleitoral. O até há bem pouco tempo presidente da Câmara Municipal de Braga e presidente cessante do Conselho Geral do clube foi, num primeiro momento, escolhido por Salvador para presidência da Assembleia Geral, mas acabou por não fazer parte da lista definitiva – o que, segundo o ex-edil, representou “um gesto de indignidade”. O eurodeputado José Manuel Fernandes foi o escolhido.