Antes de mais, começo este editorial dando os parabéns a todos aqueles que possibilitaram ao ComUM chegar aos oito anos de existência. Formado e sustentado por alunos, agora com novo site, este projeto tem pernas para andar, por muitos e bons anos.

Mas vamos ao que interessa. A época vai quase a meio para muitos dos clubes minhotos que participam nos principais escalões desportivos. A viragem para o novo ano civil serve normalmente para repensar os objetivos para a segunda metade da época. De surpresas a deceções, muito já aconteceu.

Vamos ao futebol. O SC Braga é, neste momento, a equipa minhota pior classificada na Liga. Ano após ano, os ‘Gverreiros do Minho’ foram lutando por melhores classificações. O pódio começou a ser um objetivo regular. Mas olhemos para a época passada. Num dos piores anos da história do Sporting – na teoria, o principal adversário ao terceiro lugar – o Braga perdeu para o Paços de Ferreira. Já esta época, após a eliminação precoce da Europa, a série de cinco derrotas no campeonato parece inaceitável face ao estatuto que o emblema ambiciona. Será tempo de o Braga repensar o seu estatuto a nível nacional?

Mesmo ao lado, em Barcelos, mora um Gil Vicente que é talvez a maior surpresa da Liga até ao momento. São 18 pontos e um quinto lugar que não são fruto do acaso, na época de estreia do treinador João de Deus no principal escalão. Para ver ‘galos’ tão fortes a tal altura, é preciso recuar a 2002/2003. Sob o comando de Vítor Oliveira, os gilistas ocupavam o mesmo quinto lugar, mas com 20 pontos. Curiosamente foi nessa mesma época que se viu o pior Braga até hoje – 14 pontos e um instável 14.º lugar. Coincidência ou não, o atual treinador, Jesualdo Ferreira, tomou conta da equipa na parte final da época, garantindo a manutenção.

Na Cidade Berço, o Vitória SC atravessa uma boa época no campeonato, o que não se verifica nas restantes competições. À semelhança do Braga, a equipa de Rui Vitória já somou uma série de cinco derrotas, mas com repercussões maiores. Eliminações da Taça de Portugal, Taça da Liga e Liga Europa. Ao contrário de Gil e Braga, o Vitória já não está nas taças nacionais.

Ao leitor, deixo uma questão: estaremos a assistir a um real equilíbrio de forças entre as equipas minhotas? A verdade é que o que se tem verificado nas últimas épocas, com o Braga a ser a equipa minhota com melhores classificações, seguida do Vitória SC e do Gil Vicente, está hoje invertido, quando estamos quase com metade da época cumprida.

No futsal, o SC Braga/AAUM está a assinar uma época muito interessante, à semelhança do Vitória SC no basquetebol. O que não é surpreendente. São dois excelentes exemplos de equipas minhotas que demonstram a progressão nas várias modalidades além do futebol, levando já vários atletas às respetivas seleções nacionais.

Facto é que, fruto de muito trabalho e evolução, as equipas do Minho têm cada vez mais capacidade de ombrear com os melhores e de até lutar por títulos, em todas as modalidades. Pelo menos é o que parte desta temporada mostra. No entanto, caro leitor, é preciso contenção. Muito ainda vai acontecer esta época e é preciso que as equipas do Minho reflitam e repensem sobre os seus percursos e estatutos que têm, e querem ter, num futuro próximo.