O desporto minhoto em 2013 de A a Z – Parte I
A: Aleksander.
Em agosto, morreu uma figura mítica que mudou a forma de ser do andebol português: Aleksander Donner. O treinador ucraniano chegou a Portugal em 1991 para orientar o ABC de Braga e elevou a equipa minhota a principal referência nacional, construindo uma fortaleza no Pavilhão Flávio Sá Leite. Com Donner, o ABC conquistou oito títulos nacionais e chegou a uma final europeia, em 1994, que perdeu para os espanhóis do Teka.
B: Batalhador.
Mesmo tendo o espetro da descida muito presente desde o arranque do campeonato, o Moreirense encarou 2013 com espírito batalhador. Acreditou que podia ser possível inverter o ciclo negativo, cresceu muito quando Augusto Inácio assumiu a liderança da equipa em fevereiro e prolongou a luta até à última jornada. Acabou mesmo por descer, em maio, mas deixou a imagem de uma equipa batalhadora, com Ghilas como figura maior.
C: Comandante.
Qualquer equipa precisa de um líder, que tenha uma voz forte, respeitada e que imponha autoridade. No caso do SC Braga/AAUM, Paulo Tavares é o comandante de uma armada jovem, com muito talento e que une vontades para alcançar um objetivo comum. Com Tavares, a equipa minhota cresceu e está a tornar-se cada vez mais importante no futsal português. O treinador tem uma grande dose de mérito – é um líder nato.
D: Desilusão.
A passagem do Piratas de Creixomil pelo principal campeonato de futsal, na temporada finda, foi discreta, cinzenta e preenchida por derrotas expressivas. Nos 26 jogos que fez, a equipa vimaranense ganhou os dois confrontos ao Operário, empatou frente ao Fabril do Barreiro e perdeu todos os outros. Esta época, de novo na II Divisão, a perspetiva também não é muito animadora: três vitórias, um empate e seis derrotas.
E: Equilíbrio.
O Gil Vicente desta temporada é uma equipa capaz de tudo. Nos dérbis minhotos, frente a SC Braga e Vitória de Guimarães, a equipa de João de Deus, um dos obreiros do belo início de época, foi implacável: ganhou ambos, em Barcelos – no primeiro, fê-lo a jogar com nove. No entanto, acaba este ano civil em queda livre, derrotado pelo Arouca (0-3) e num ciclo de cinco jogos sem vencer. Precisa de encontrar o ponto de equilíbrio.
F: Fernando Sá.
Em 2013, apesar de todas as dificuldades financeiras do clube, conseguiu dar um título aos adeptos vimaranenses: frente ao Benfica, em março, o Vitória arrecadou a Taça de Portugal de basquetebol. Esta temporada, para mostrar que o sucesso não foi obra do acaso, a equipa de Fernando Sá mantém o trilho de bons resultados e terminou a primeira volta do campeonato 2013/2014 na primeira posição – ainda que com um jogo a mais.
G: Guimarães.
Cidade europeia do desporto em 2013, Guimarães está intrinsecamente ligada ao Vitória. E, por força disso, este foi um ano particularmente feliz para a cidade, que festejou as conquistas do clube. Além disso, também o triunfo do tenista João Sousa em Kuala Lumpur catapultou o nome de Guimarães. E, noutro campo, a FPF escolheu a cidade minhota para receber a final da Taça de Portugal em futsal.
H: Histórico.
Depois de três anos consecutivos no pódio, a Universidade do Minho conseguiu mesmo subir à liderança do ranking europeu de desporto universitário. A instituição minhota, que compete em parceria com a Associação Académica, superou as academias de Split (Croácia) e de Sevilha (Espanha). Para isso, muito contribuiu o título europeu de andebol masculino e o segundo lugar alcançado pelo futsal feminino.
I: Infortúnio.
Éder estava em crescimento: cada vez mais importante no SC Braga, chamado à seleção, a confirmar os bons atributos que já tinha mostrado na Académica. Era um dos jogadores nucleares no SC Braga da época passada, imprescindível para José Peseiro, até se lesionar, em fevereiro. Foi operado, demorou a regressar e esta época ainda não conseguiu atingir o melhor nível. Conseguirá ir a tempo de ser chamado ao Mundial?
J: Júlio Mendes.
Em março de 2012, quando o Vitória atravessava uma das piores crises financeiras da sua história, Júlio Mendes assumiu a presidência do clube vimaranense. A primeira aposta foi a criação de uma Sociedade Anónima Desportiva e, depois disso, o novo presidente exigiu sacrifício, uniu vontades em prol de um objetivo comum e apelou ao espírito vitoriano. Apesar de estar em contenção, 2013 foi um ano histórico para o Vitória.
K: Knock-out.
Depois de uma época passada nos lugares de descida, a equipa sénior de hóquei em patins do Limianos extinguiu-se. Sem conseguir reunir as condições financeiras para se manter em prova, o clube de Ponte de Lima não se inscreveu no segundo escalão do hóquei, para onde foi relegado em maio último, decidindo apostar apenas em camadas jovens. A falta de dinheiro foi como que um KO que não deixou o Limianos levantar-se do tapete.
L: Luís Viana.
Aos 37 anos, depois de ter sido campeão europeu pelo Benfica, Luís Viana aproveitou o regresso do Juventude de Viana ao principal escalão de hóquei em patins para voltar a casa. Pelos golos que marca e pelo que representa para os colegas, Luís Viana é atualmente uma das principais figuras da equipa vianense e um dos grandes responsáveis pelo quinto lugar com que a Juventude de Viana terminou este ano.
M: Momento.
A vitória do Santa Maria sobre o Nacional, na quarta eliminatória da Taça de Portugal, deixou a freguesia barcelense de Galegos a transpirar orgulho. O golo de Telmo Fernandes catapultou o Santa Maria para a ribalta. No entanto, a equipa de Barcelos seria, depois, afastada pelo Vitória de Setúbal e no campeonato as coisas também não estão a correr bem, o que já provocou troca de treinador. O futebol é o momento.
Parte II – Da Negativa prestação europeia à Zaragata de um derby minhoto