O desporto minhoto em 2013 de A a Z – Parte II
Parte I – De Aleksander Donner ao Momento único do Santa Maria
N: Negativa.
A prestação das equipas portuguesas nas competições europeias desta época, 2013-2014, ficou abaixo do que era esperado. No caso das formações minhotas, o SC Braga não conseguiu sequer a entrada na fase de grupos da Liga Europa, caindo aos pés dos romenos do Pandurii. O Vitória, que entrou direto, começou bem, surpreendeu com um empate em Lyon, pareceu estar no bom caminho, mas acabou eliminado – depois de duas derrotas frente ao Bétis.
O: Oposição.
Pela primeira vez desde 1988, as eleições do SC Braga tiveram mais do que um candidato. Perante as hesitações iniciais de António Salvador, que num primeiro momento manifestou vontade de não se recandidatar, Nuno Carvalho, empresário de 37 anos, apresentou uma lista candidata. Salvador ganhou de forma clara, prometendo criar uma cidade desportiva, um canal de televisão e manter a performance desportiva. Mas ficou um sinal de que há oposição e vida para lá do atual presidente.
P: Peseiro.
A carreira de José Peseiro ficou marcada em 2005, quando o Sporting que comandava perdeu o campeonato e a Taça UEFA, no espaço de quatro dias. Peseiro ficou com o rótulo de treinador do quase: estava perto, mas nunca chegava. Em 2013, com o SC Braga, conseguiu vencer a Taça da Liga, frente ao FC Porto. Ainda assim, perante o quarto lugar no campeonato, o troféu foi insuficiente para Peseiro manter o lugar.
Q: Qualidade.
O futebol é feito de oportunidades. Numa época de crise, com cortes de orçamento cada vez mais acentuados, os clubes são obrigados a recorrer a soluções mais económicas, dispensando jogadores estrangeiros e apostando em jovens, maioritariamente portugueses. O futebol do Vitória é o caso mais evidente de como essa política pode ser bem-sucedida, porque conseguiu uma época positiva e lançou Ricardo e Tiago Rodrigues para as luzes da ribalta.
R: Regresso.
Jesualdo Ferreira voltou, em junho de 2013, a um local onde foi feliz. Depois de não chegar a acordo para permanecer no Sporting, o professor decidiu assumir o SC Braga, procurando reconstruir a base da equipa minhota, que entretanto foi desaparecendo. A verdade, contudo, é que os resultados desta época não estão satisfazer as expetativas. O SC Braga vai para 2014 no sétimo lugar, já com sete derrotas no currículo.
S: Sinergia.
A parceria entre o SC Braga e a Associação Académica da Universidade do Minho permitiu elevar o nível do futsal minhoto a patamares nunca antes atingidos. Esta época, porventura a melhor de sempre até ao momento, Paulo Tavares construiu uma formação forte, sólida e competente, capaz de lutar sempre pela vitória. Depois de ter sido finalista da Taça na época passada, o SC Braga/AAUM fechou 2013 a quatro pontos do líder.
T: Troika.
A Universidade do Minho, a Associação Académica e o SC Braga constituem uma troika de sucesso. Além dos resultados no desporto universitário, também no desporto federado a parceria tem dado frutos. No caso do futsal, o SC Braga/AAUM é a equipa sensação desta época, conseguindo discutir os primeiros lugares com Benfica e Sporting, enquanto o ABC/UMinho, no andebol, está também a recuperar a alma entretanto perdida.
U: Ufanar.
Na história do SC Braga, Perrichon tem o nome gravado a letras douradas por ter sido o marcador do golo que deu a vitória na final da Taça de Portugal de 1966, frente ao Vitória de Setúbal. Mais de quarenta anos depois, Alan também se pode ufanar, ou gabar, de ter estado diretamente ligado à conquista de um título. Foi o veterano capitão quem marcou a grande penalidade que permitiu ao SC Braga erguer a Taça da Liga, em abril.
V: Vitória.
O treinador, neste caso. É impossível dissociar Rui do sucesso recente do Vitória. Discreto, sóbrio e sem nunca se colocar em bicos de pés, Rui Vitória entendeu-se bem com Júlio Mendes, aproveitou todos os recursos que lhe deram e construiu uma equipa competente e que, mesmo não jogando futebol de alta qualidade, conseguiu um título há muito perseguido. Esta época, continua em alta: o Vitória acabou o ano no quinto lugar.
W: Winner.
Aos 24 anos, João Sousa tornou-se o primeiro português a vencer um troféu do circuito ATP. Em Kuala Lumpur, o tenista minhoto, natural de Guimarães, bateu na final o francês Julien Benneteau. Antes de chegar ao troféu, já tinha deixado pelo caminho David Ferrer – então número quatro do ranking mundial – e o alemão Jurge Melzer. Um ano de ouro para o principal tenista português, que também ganhou o Open de Guimarães.
X: Xeque-mate.
Diz-se que finais são feitas para ganhar, não para jogar. Ou seja: pouco importa jogar bem se o resultado for uma derrota. Em 2013, estiveram quatro formações minhotas em finais: o Vitória nas Taças de Portugal de futebol, basquetebol e voleibol; o SC Braga na Taça da Liga de futebol e o SC Braga/AAUM na Taça de Portugal de futsal. O Vitória deu por duas vezes xeque-mate no Benfica, no Jamor (futebol) e em Fafe (basquetebol), algo que, em Coimbra, o SC Braga também fez ao FC Porto.
Y: Yes, we can.
A frase ficou celebrizada na primeira campanha de Barack Obama na corrida à presidência dos Estados Unidos. Em dezembro deste ano, a poucos dias de ter ganho nova eleição para a presidência do SC Braga, António Salvador disse que o clube arsenalista pode ambicionar ser campeão. “Sim, podemos ser campeões”. O sonho de levar a equipa minhota ao título nacional continua a ser evidente nas palavras do presidente.
Z: Zaragata.
Uma decisão do Governo retirou aos clubes a obrigatoriedade de requisitarem forças policiais para os seus jogos. Em fevereiro, a polémica atingiu o expoente máximo, quando um derby minhoto, em equipas B, foi interrompido aos sete minutos devido a confrontos entre adeptos do Vitória e do SC Braga. O clube vimaranense foi castigado com dois jogos à porta fechada, um da equipa principal e outro da equipa B.