Fragmentos: Tour 20 anos terminou ontem no CCVF
Ainda não eram 22h00, hora marcada para o início do concerto, quando o Grande Auditório do Centro Cultural Vila Flor (CCVF) se começou a encher de amigos, familiares e admiradores. Muitos deles acompanham a banda desde os seus primeiros passos. Para uma das espectadoras, Marta Silva, este “foi um concerto diferente de todos os outros. (…) Toda a envolvência do som e das luzes foi muito bonita”.
Ao longo de uma hora e meia foi possível recordar alguns dos maiores êxitos da banda, que foram cantados em coro pelo público. Numa atmosfera familiar e intimista, as palmas foram uma constante. A noite foi também feita de agradecimentos e dedicatórias. Agradeceram a todos os que acompanharam a banda ao longo destas duas décadas de existência e dedicaram cada sucesso e cada vitória.
“Este espetáculo foi exatamente o que se pretendia”
No final do concerto, e para o vocalista da banda, Rui Afonso, o balanço não podia ser mais positivo: “o concerto foi muito bom”. O objetivo passava por “estar em família e celebrar os 20 anos. (…) Este espetáculo foi exatamente o que se pretendia”.
Desde 1994, muitas são as pessoas que se foram cruzando com a banda e que não podiam deixar de estar presentes, mostrando o seu talento, cantando e tocando. “São amigos que se vão cruzando connosco e que nós sabemos que são bons. E é isso que tem piada. A partilha. Quanto mais pessoas trouxermos para a nossa família, melhor”.
Para além de um dueto com Carla Guimarães, a banda teve ao seu lado o pianista Miguel Costa e contou ainda com a participação de alguns jovens membros do grupo “Allcateia”.
Este grupo surgiu “por causa do evento de abertura da CEC [Capital Europeia da Cultura] 2012. O professor de bateria Mário Gonçalves [baterista da banda] ficou com o cargo de “recrutar” uma série de percussionistas para tocar ao lado dele”, explica o membro do grupo, João Cunha. Depois disto, “toda a gente lhe tomou o gosto e decidiu-se começar a levar o que na altura era chamado de “Grupo de caixas e bombos Nicolinos” mais a sério. Assim nasceram os “Allcateia”.
Alguns elementos do grupo já haviam tocado com a banda “noutras duas ocasiões, nomeadamente no Guimarães 360 e na Plataforma das Artes”.
A televisão “ajuda a dar notoriedade, mas tem um defeito”
Corria o ano de 2008, quando os “Fragmentos” viram uma das suas músicas integrar a banda sonora da novela “A Outra”, pertencente à TVI. A música “Mais uma vez” tornou-se, rapidamente, conhecida por todos. Para Rui Afonso, a participação em televisão “ajuda a dar notoriedade, mas tem um defeito. O mal das novelas é que (…) as pessoas dizem “Já ouvi isto em algum lado”, mas depois ninguém sabe de quem é a música”. Apesar de tudo esta é, muitas vezes, “a única maneira de passar música na televisão”.
Duas décadas de vida que marcaram gerações
Uma das espectadoras, Ana Colim é a prova disso mesmo. Acompanhada pela amiga Isabel Teixeira, Ana conta que há alguns anos atrás, quando estudava em Aveiro, a amiga “levava os CDs dos Fragmentos e estávamos sempre a ouvir”.
Para Rui Afonso, “Os Fragmentos vivem disso. De pessoas que cresceram comigo. Há algumas pessoas que conheço desde o tempo da escola e que ainda acompanham a banda”.
“A música é sempre mais forte do que nós”
Após o encerramento da Tour 20 anos, a banda desconhece o que se seguirá, mas garante que “vai acontecer alguma coisa (…) porque a música é sempre mais forte do que nós. Para já ainda não temos um objetivo delineado, mas é para continuar”.
O concerto terminou ao som de uma das mais emblemáticas músicas dos “Fragmentos”. Com o público de pé, os aplausos fizeram-se ouvir. A banda desconhece o que o futuro lhes reserva, mas o público deseja que eles voltem nem que seja “mais uma vez”.