O primeiro-ministro e presidente do Partido Social Democrata (PSD), Pedro Passos Coelho, esteve presente ontem, 24 de janeiro, em Braga, para uma reunião com a Juventude Social-Democrata (JSD) e foi recebido por cerca de 20 manifestantes que protestavam contra o desemprego, o referendo da co-adopção, os cortes nas bolsas de investigação, nos salários e nas pensões.

Em declarações à Lusa, uma das manifestantes presentes mostrou o seu desagrado perante a ação da polícia e do corpo de segurança de Passos Coelho. “Eles estão a fazer o que lhes mandam, entendemos isso. O que não entendemos é que nos queiram esconder para fingir que não existimos”, salientou.

 

Passos Coelho: “As dificuldades estão a ser gradualmente vencidas”

Ainda que à porta fechada, foi possível à comunicação social assistir aos primeiros minutos da reunião que juntou dezenas de jovens de vários pontos do país para debater com Pedro Passos Coelho a moção estratégica que o mesmo apresentará em congresso no final do mês de Janeiro.

Num discurso voltado para os jovens, o primeiro-ministro salientou a sua importância para a prosperidade do país. “Todos os jovens devem ter direito à formação. O país precisa de jovens cada vez mais qualificados nas suas empresas. A economia precisa dos jovens mais avançados no conhecimento”, afirmou.

Aproveitando para fazer um balanço da governação, o candidato à reeleição para o cargo de presidente do PSD afirmou que “estes três anos [de Troika] foram de grande dificuldade”. No entanto, para Passos Coelho o país está a ser capaz de resolver os problemas com o dinheiro recebido, tendo salientado que “as dificuldades estão a ser gradualmente vencidas”.

Na sequência do balanço realizado, o primeiro-ministro apresentou aos jovens como exemplo as reformas implementadas na presente legislatura. “No final de 2013 conseguimos metade do défice que encontramos em 2010”, sublinhou.

Pedro Passos Coelho sustentou durante a sua intervenção que Portugal tem uma dívida acumulada elevada e que a sua amortização está dependente da geração de excedentes por parte do Estado, algo que também possibilitará crescimento e desenvolvimento económico no futuro.

O primeiro-ministro e líder do principal partido da coligação PSD – CDS-PP apontou os erros cometidos nos últimos anos pelos sucessivos governos. Corroborando com a tese de que Portugal usufruiu no passado de um grande financiamento externo sem que tenha crescido, Passos Coelho questionou o retorno dos investimentos. “Nós gastamos muito dinheiro a fazer coisas que não dão dinheiro nenhum”, afirmou o primeiro-ministro, defendendo desta forma a necessidade de investir em “projetos tentáveis” e que sejam corretamente avaliados de forma a defender a meritocracia e ‘condenar’ o “amiguismo”.

Acusado de insensibilidade social, Pedro Passos Coelho esclareceu que o seu governo tem procurado proteger aqueles que têm piores condições. “Mais de 85% dos nossos pensionistas não foram afetados com reduções”, afirmou.

O primeiro-ministro notou ainda que o seu governo procurou distribuir os sacrifícios por todos e todas as áreas. “Os dois próximos anos são cruciais para o país”, concluiu.