Homem do jogo

Raul Rusescu

A Psicologia diz que as primeiras impressões são as mais importantes, porque vão influenciar todas as ideias que possam ser construídas a seguir. Raul Rusescu chegou a Braga há poucas semanas, emprestado pelo Sevilha, mas já deixou marca. No derby  minhoto, foi decisivo. Além dos dois golos que apontou, esteve sempre muito interventivo e dispôs de oportunidades para marcar mais vezes. Saiu, aos 88 minutos, debaixo de uma enorme ovação dos adeptos do SC Braga.

 

Em cima

Rafa

Se as primeiras impressões não fossem tão determinantes, o lugar de Rusescu como figura maior do jogo estaria seriamente ameaçado. O problema é que entra aqui outra ideia da Psicologia: as expetativas elevadas reduzem o grau de eventual surpresa. Rafa é um jogador que dá cada vez mais nas vistas, por quem passa muito do jogo do SC Braga e, por isso, a fasquia é alta. No derby  minhoto, espalhou classe, abriu crateras na defesa do Vitória e deu dois golos a marcar – o passe para o terceiro é sublime.

Pardo

Um, dois, três. Pardo tentou o golo por duas vezes: numa não conseguiu chegar a tempo da emenda e noutra foi incapaz de acertar com a baliza de Douglas. A regra de ouro, dizem os entendidos na Psicologia, é nunca desistir. Por isso, à terceira tentativa, o atacante colombiano do SC Braga furou a resistência vitoriana, depois de uma jogada individual de Rafa, conseguindo abrir caminho à vitória no derby.

Alan

Tem 34 anos, perdeu a velocidade de outros tempos e não dá tanto nas vistas, mas continua a ser um jogador intocável para Jesualdo Ferreira. Tendo espaço para jogar, Alan pode fazer a diferença: subtil, com poucos toques e sem se aventurar em grandes correrias. Ainda assim, reviveu uma jogada dos velhos tempos no lance de segundo golo: recebeu um passe de Custódio, correu para a área adversária e deu a Rusescu a oportunidade de marcar. Há quem diga que a idade é psicológica…

Douglas

Sem culpas nos golos sofridos, Douglas esteve em evidência nos primeiros momentos de perigo criados pelo SC Braga. Interveio pela primeira vez aos 18 minutos, travando um remate de longe de Rusescu, e, dois minutos depois, agigantou-se para fechar os caminhos da baliza e negar o golo a Rafa. O guarda-redes brasileiro ainda conseguiu adiar o primeiro golo bracarense, mas foi impotente para impedir a queda do Vitória.

 

Em baixo

Apatia do Vitória

Apesar de jogar no terreno do vizinho rival com mais quatro pontos, colocado num lugar de acesso à Liga Europa, o Vitória nunca conseguiu impor-se e superiorizar-se ao adversário. Foi sempre uma equipa desconexa, macia, com crateras defensivas bem exploradas pelo SC Braga e sem capacidade para levar perigo à baliza de Eduardo – mesmo tendo entrado melhor na segunda parte, nunca colocou o guarda-redes à prova. O segundo golo foi o xeque-mate nas aspirações vitorianas.

Tomané

Pode ser injusto, por tudo o que já se disse, individualizar Tomané. A verdade, contudo, é que o jovem avançado português pareceu sempre um corpo estranho na equipa, nunca se conseguindo destacar nem vencer os duelos à dupla Sasso-Santos. No fundo, nunca foi capaz de representar uma ameaça. Acabou substituído ao intervalo, dando o lugar a Maazou, que foi um dos elementos em destaque no reinício pelo músculo que conferiu ao ataque do Vitória.

A análise do jogo: SC Braga vence Vitória no derby minhoto