Gil Vicente – FC Porto, 1-2 (destaques)
Homem do jogo
Varela
A relação de Varela com os adeptos do FC Porto é difícil. Uma espécie de amor-ódio, que tanto motiva tributos em pé como faz desesperar o mais pacífico dos portistas. A verdade é que, em Barcelos, o internacional português foi decisivo: marcou os dois golos da equipa e criou diversos desequilíbrios na defesa do Gil Vicente, especialmente na primeira parte, quando fez a vida negra a Gabriel. Teve ainda o terceiro golo nos pés aos 70 minutos, mas o remate saiu por cima da baliza de Adriano. Mesmo sem ter conseguido o hat-trick, foi Varela quem catapultou o dragão para a vitória.
Em cima
Herrera
O futebol vive de momentos e de oportunidades. A saída de Lucho para o Catar abriu uma vaga no meio-campo do FC Porto. Em Barcelos, sem Carlos Eduardo e Defour, ambos ausentes por lesão, Paulo Fonseca apostou em Héctor Herrera e o médio mexicano fez por justificar. Assistiu Varela para o primeiro golo, criou ruturas na defesa do Gil Vicente e apostou forte nos passes em profundidade para os alas do FC Porto. Foi o ponto de equilíbrio da equipa e o principal responsável pela dinâmica do jogo portista.
Hugo Vieira
Apesar de não ter estado muito em jogo, acabou por ser ele o símbolo da reação gilista, consumada depois do intervalo. A perder por um golo, o Gil Vicente aproveitou bem o descanso, regressou melhor e, através de Hugo Vieira, esteve perto do empate, aos 47 minutos, num lance parado por Helton perto da linha de golo. Aos 55′, dois minutos depois do segundo tento de Varela, seria Hugo Vieira a conseguir reduzir a desvantagem, relançado a esperança gilista para o que ainda faltava jogar.
Abdoulaye
Regressou do empréstimo ao Vitória de Guimarães e, num ápice, ganhou um lugar na equipa azul. No jogo contra o Gil Vicente, por mais paradoxal que pareça, esteve entre o melhor e o pior, porque viveu duas partes distintas e ficou perto de estragar a boa exibição com erros cometidos nos primeiros dez minutos da segunda parte. Misturou segurança com imaturidade, serenidade com risco, concentração com falhas que podiam ter comprometido o resultado. A distinção, contudo, justifica-se pela primeira parte: sereno, bem nas dobras, quase sempre a jogar de forma simples.
Brito
À meia hora, num lance estranho, em que toda a defesa do FC Porto ficou parada à espera da marcação de um fora-de-jogo, Brito apareceu sozinho em frente a Helton e esteve perto do empate. No entanto, o jogador gilista demorou demasiado tempo, não aproveitou a hesitação da defesa portista e acabou por rematar fraco, tentando o túnel a Helton, o que permitiu que o guarda-redes brasileiro do FC Porto conseguisse recuperar posição e defender com as pernas. Depois, Abdoulaye afastou a bola para longe. Apesar de desapoiado, Brito ainda teve espaço para mostrar pormenores interessantes.
Em baixo
Defesa do Gil Vicente
O problema é repetido e está muitas vezes na base dos insucessos: a defesa do Gil Vicente é frágil, não consegue ser pressionante a ponto de impedir os adversários de jogarem e torna-se vulnerável às investidas rivais. Parece, no fundo, gostar da máxima liberal de laissez faire, laissez passer – deixar fazer, deixar passar – porque concede muito espaço para que os atacantes possam fazer estragos. Frente ao FC Porto, João de Deus trocou a dupla de centrais, lançando Halisson para a parelha com Danielson, na vez de Pek’s, mas nem isso permitiu que os gilistas tivessem maior consistência defensiva.
Quaresma
Desde que chegou ao plantel portista, na reabertura do mercado, que Ricardo Quaresma ganhou um papel de grande destaque na equipa portista. No entanto, hoje, frente ao Gil Vicente, as coisas não correram bem ao internacional português, que cedo foi admoestado por Paulo Baptista devido a uma entrada dura sobre Luís Martins – o melhor elemento da defesa gilista. Quaresma teve pouca bola, pouco rasgo e poucas ocasiões para dar nas vistas. Foi o primeiro jogador substituído por Paulo Fonseca, cedendo o lugar a Licá, aos 68 minutos.