Realizou-se quinta-feira, 30 de janeiro, pela primeira vez na Universidade do Minho uma simulação do teste de Turing, organizada por Hugo Silva, aluno de mestrado em Mediação Cultural e Literária. Em entrevista ao ComUM, o estudante explica como surgiu esta ideia e como funciona esta experiência.

Em que consiste o teste de Turing?

Isto é uma simulação do teste de Turing. O teste de Turing consiste em avaliar a inteligência de uma máquina em relação à inteligência do ser humano, em que são propostas um número de perguntas. Neste caso, escolhi duas salas, numa sala está o ser humano, e noutra sala está a máquina. A terceira pessoa, o interrogador, ficará fora, no corredor das duas salas e fará uma série de perguntas para chegar a uma conclusão: qual é que é a máquina e qual é que é o ser humano.

Como surgiu esta ideia?

Surgiu no âmbito do meu mestrado em Medição Cultural e Literária e no âmbito da unidade curricular de Cibercultura. [Além disso], gostei de ter estudado Alan Turing, que é um dos pais da inteligência artificial. Um dos seus ensaios chamava-se Imitation Game, o jogo da imitação, que é o que estamos aqui a tentar fazer, uma simulação do teste de Turing. Achei interessante fazer não só um trabalho, mas uma experiência com o público, para dar a conhecer Alan Turing, porque ele foi um dos génios do século XX, e quem sabe até equiparável a Newton ou Galileu, sendo tão importante para a física e para a matemática.

Como é feita a análise dos dados?

No final, a base de dados indicará quantas pessoas erraram e quantas pessoas acertaram e depois da análise desses dados, tomarei a conclusão se o ser humano ainda consegue ser enganado só pelo ser humano ou também pela máquina. Em princípio, as pessoas costumam acertar sempre, mas o teste também não está assim muito desenvolvido, é apenas para dar uma ideia, é uma simulação.

A realização deste teste poderá levar à concretização de novos testes e novas experiências?

Sim, eu tenho em mente, produzir algo em maior escala, como tese para o meu mestrado. Isso já vai envolver a cultura de Braga, mas para já está em fase embrionária, e por enquanto também não posso revelar muito, porque não tenho uma grande ideia, mas será nesta medida: serão feitas perguntas e a máquina tentará responder com a base de dados que lhe for incutida, e tentar chegar a uma conclusão.

Qual é a perceção dos participantes que têm feito este teste?

Muitos sentem um pouco a confusão de como uma máquina consegue responder às questões. Mas tem sido normal, as pessoas já estão habituadas a lidar com as máquinas, já estão habituadas a ligar para uma empresa e ser uma voz já gravada a responder aos seus pedidos e quando vamos a uma máquina de multibanco [esta] nos responder. As pessoas na sociedade moderna já estão habituadas a mexer com as máquinas.

O teste tem tido muita adesão por parte das pessoas?

Infelizmente não tantas quanto queria, porque estamos em época de exames e a afluência de pessoas não tem sido tanta quanto eu gostava, mas vai-se fazendo o teste com as pessoas que aparecem.

Carolina Guimarães
Catarina Fernandes