A atitude que faz correr mais
Há algum tempo, ouvi uma frase que me ficou na memória: para ter sucesso nalguma coisa, é preciso ter interesse nela. Hoje, voltei a lembrar-me dela.
Jorge Paixão foi apresentado esta semana como treinador do SC Braga e disse qualquer coisa como isto: a principal tarefa é recuperar o ânimo dos jogadores, fazê-los acreditar nas suas potencialidades e tentar com que joguem com um sorriso no rosto. No fundo, foi uma atualização daquela máxima que defende que quem corre por gosto não se cansa.
O SC Braga não conseguiu vencer em Alvalade, mas foi uma equipa diferente. Teve mais garra, mais raça, mais vontade.
As teorias da Psicologia dizem que a confiança é um fator decisivo para o sucesso. Alguém que confie no que consegue fazer, que tenha autoestima e reconheça valor próprio atinge melhores resultados. E tem também uma atitude diferenciadora, porque torna-se mais altivo, mais capaz, não tem medo de encher o peito e afrontar quem surgir no caminho.
A confiança e a atitude são, muitas vezes, elementos-chave no futebol. Uma equipa confiante, que saiba do que é capaz, que corra mais do que adversário, que deixe tudo no relvado, transcendendo as próprias forças, estará mais perto do sucesso. Parece básico, certo?
Em Guimarães, por exemplo, o Vitória-FC Porto acabou por ser decidido pela atitude. O campeão entrou melhor, tomou conta da bola e do jogo, chegou aos dois golos de vantagem e depois, sobranceiro, baixou o ritmo e permitiu que o Vitória crescesse, invadisse terrenos mais avançados e montasse o cerco à baliza de Helton.
Pelo contrário, o Vitória perdeu a timidez, perdeu os complexos de inferioridade e mostrou armas para discutir o jogo. Reduziu, empatou e esteve perto de ganhar. Não porque tenha sido melhor na produção de jogo ou porque tenha mais argumentos. A diferença, leitor, esteve na atitude: o Vitória lutou mais, correu mais, suou mais. E foi feliz.
Confiança, atitude e felicidade. A chave do sucesso no futebol pode, muitas vezes, nem ser assim tão difícil de descobrir. E pode ajudar a explicar como, dentro de campo, equipas com argumentos tão diferentes conseguem equiparar-se…