Terminada a primeira fase do Campeonato Nacional de Andebol, as equipas antecipam agora a dura batalha que decide o campeão e quem fica ou desce de divisão. Quanto às equipas minhotas, ao cabo de 22 jornadas, o ABC de Braga alcançou o quarto lugar, com 55 pontos. Já o AC Fafe ficou em 11º e penúltimo, com 32 pontos. Os academistas têm cartão verde para o Grupo A, que decide o vencedor do campeonato. Por sua vez, a turma de Nuno Santos volta a lutar para a manutenção, pelo terceiro ano consecutivo.

A meio da época e numa fase de transição do campeonato, o ComUM procurou saber a opinião de dois dos homens mais influentes de cada balneário minhoto.

Os capitães de ambas as equipas, Humberto Gomes, do ABC, e Armando Pinto, do ACF, analisam a fase regular do campeonato e delineiam as expectativas de ambos os coletivos para a fase final da prova.

 

Humberto Gomes, capitão do ABC de Braga: “Não prometemos o pódio nem o campeonato”

Aos 36 anos e a cumprir a quarta época pelo emblema amarelo, o guardião faz um balanço positivo desta fase, afirmando que “o plantel está a melhorar de jogo para jogo, aprendendo com os erros”. No entanto, confessa que a prestação da equipa minhota “não tem sido a melhor quando o ABC joga em casa dos adversários”.

O plantel é jovem e este ano está num processo de restruturação. Na época anterior, o ABC de Braga ficou em quinto lugar. “Não prometemos o pódio nem o campeonato, somos uma equipa muito realista e com os pés bem assentes na terra”, disse o experiente jogador. Humberto Gomes considera ainda que “o grande objetivo da época passa pelo apuramento para uma competição europeia”.

Relativamente à fase final que se avizinha, o guarda-redes minhoto acredita que “será uma segunda fase muito bem disputada com jogos sem prognósticos”. Com o título em aberto, “a motivação não pode faltar a ninguém nesta segunda fase”. E nesse aspeto, o capitão academista salienta que “o treinador terá menos trabalho”.

Face a equipas de grande calibre andebolístico, Humberto Gomes promete um ABC de Braga a lutar para vencer todos os jogos. “Vamos jogar com muita garra e ambição”, remata.

 

Armando Pinto, capitão do ACF: “Estamos com um espírito coeso e cheios de força”

O capitão do Andebol Clube de Fafe conhece como poucos a realidade do clube. Formado nos fafenses, Armando Pinto considera que a fase regular ficou abaixo das expectativas. Para o experiente jogador, “os planos saíram defraudados porque a equipa aspirava terminar mais tranquila na classificação”.

O ponta-direita não aponta questões de empenho, mas sim algum azar e desconcentração, nomeadamente nos jogos em casa, diante de equipas mais abaixo na tabela. “Podíamos ter ganho ao SC Horta e perdemos por um e tivemos o jogo na mão contra o ISMAI e empatámos.” Para Armando, “esses pontos davam maior segurança e uma classificação mais real.”

O jogador, que já passou pelo Boavista FC e pelo Águas Santas, constata que o Fafe é “uma equipa que está habituada a estas fases e estes dez jogos definem uma época inteira”. O plantel conta com 16 jogadores e muita juventude – dez são ‘prata da casa’. No ano passado, o ACF conseguiu a melhor classificação de sempre, um oitavo lugar. O capitão de equipa sabe que é um objetivo difícil, mas acredita que a equipa pode “conseguir a manutenção e melhorar a classificação”.

Armando Pinto salienta que ninguém está completamente livre de descer. “Esta fase vai ser muito equilibrada e pode-se ver pela pontuação das equipas”, adianta. O capitão considera esta pressão positiva, mas os jogadores têm de dar tudo em jogo. “Estamos com um espírito coeso e cheios de força para enfrentar esta fase final”, completa o jogador de 34 anos.

 

Fase final começa no próximo sábado

É já no próximo dia 8 de março, sábado, que as equipas partem para uma série de dez jogos decisivos que ditarão o desfecho do campeonato. No Grupo A, o ABC de Braga recebe o SL Benfica. O jogo está agendado para as 17h00, no Pavilhão Flávio Sá Leite. Duas horas antes, o Andebol Clube de Fafe começa a sua caminhada pela manutenção na Maia, diante do ISMAI.

Ricardo Castro | Paula Rodrigues