Homem do jogo

Maazou

O futebol do Vitória é, muitas vezes, uma espécie de kick and rush, pleno de verticalidade, com uma aposta clara no pontapé longo para aproveitar a força física conferida por Maazou. No jogo frente ao FC Porto, o avançado nigerino esteve sempre muito agitado, travando um interessante duelo com Abdoulaye, sobretudo disputado pelo poderio muscular de ambos, e foi um dos jogadores que mais perigo levou à baliza de Helton. Depois de um cabeceamento aos 29 minutos, Maazou marcou, num momento precioso, o primeiro golo do Vitória. Foi a pedra de toque para mudar o rumo do jogo. Na segunda parte, assistiu Marco Matias para o empate.

 

Em cima

André André

Por vezes há heranças demasiado pesadas e que, por isso mesmo, se tornam difíceis de carregar. André André, por exemplo, é ainda hoje visto por muitos como o filho de António André, médio que deixou marca no FC Porto. No entanto, nos últimos anos, principalmente ao serviço do Vitória, André tem feito por ser reconhecido devido aos méritos próprios: é um jogador esclarecido, discreto, exímio recuperador de bola e que se assume como ponto de equilíbrio da equipa. Quando André conseguiu espaço para jogar, o Vitória cresceu, travou as investidas do FC Porto e levantou a espada para a luta.

Ghilas

O avançado argelino é, por estes dias, um jogador em estado de graça. Depois de ter sido decisivo nas competições a eliminar, resolvendo jogos em que o FC Porto esteve no limbo, principalmente em Frankfurt, Ghilas estreou-se a titular em jogos do campeonato, deixando Jackson no banco. O argelino mostrou confiança, esteve no lance que originou o primeiro golo e, em dois momentos, quase marcou: aos 19 minutos, acertou na trave e, pouco depois, cabeceou com perigo para fora (24′). Na segunda parte, foi menos solicitado, porque a equipa também sentiu mais dificuldades em chegar ao ataque.

A reação do Vitória

Nos últimos anos, o FC Porto tomou o castelo de assalto sem grandes dificuldades. Hoje, pareceu ir pelo mesmo caminho quando Licá, aos 40 minutos, elevou a vantagem azul para dois golos. O Vitória, até então, mostrara-se expectante, com movimentos demasiado presos e sem capacidade para incomodar verdadeiramente a defesa do FC Porto, com exceção para um cabeceamento de Maazou, à meia-hora. A verdade, contudo, é que a equipa foi crescendo de intensidade, tornou-se cada vez mais presente e passou a ter mais bola. O golo marcado em cima do intervalo motivou o Vitória para uma segunda parte de bom nível.

Carlos Eduardo

Na melhor fase do FC Porto, o médio brasileiro esteve em destaque na progressão da equipa. Foi ele quem sofreu a falta de Douglas que originou a grande penalidade que permitiu aos dragões passarem para a frente do encontro e, depois disso, assistiu Ghilas para um cabeceamento perigoso do avançado argelino. Tal como a equipa, perdeu fulgor com o passar dos minutos, deixando de ter bola e mostrando não estar ainda nas condições ideais para se impor no meio-campo do FC Porto. Acabou substituído, aos 71 minutos, para dar o lugar a Jackson, quando o jogo já estava empatado. Mas o que fez, fez bem. 

 

Em baixo

FC Porto

É incontornável: o FC Porto voltou a perder pontos, depois da derrota frente ao Estoril, atrasando-se na luta pelo título. Neste momento, os dragões têm menos nove pontos do que o líder Benfica e quatro do que o Sporting, segundo classificado, com a agravante de verem agora o Estoril aproximar-se – quatro pontos. Apesar do bom início de jogo em Guimarães, que permitiu ao FC Porto dispor de uma vantagem de dois golos, a equipa foi perdendo ritmo com os minutos, mostrando cada vez menos ideias para furar a fortaleza vitoriana. O FC Porto olha para as quinas de campeão com nostalgia, distante do que pode fazer. Terá sido o fim?

Abdoulaye

De regresso a Guimarães, onde esteve na primeira parte da época por empréstimo do FC Porto, o central senegalês não teve um jogo fácil. Sentiu dificuldades para se impor no corpo a corpo com Maazou e ficou condicionado, desde muito cedo, por causa de um cartão amarelo que viu aos 12 minutos. Fica também ligado à forma como o Vitória chega aos dois golos, porque é Abdoulaye quem coloca Maazou e Marco Matias em posição legal, depois de duas descompensações defensivas da equipa portista. Na véspera, Rui Vitória tinha pedido que o central desse “barraca”… A verdade é que Abdoulaye pareceu sempre intranquilo.

A análise do jogo: Vitória impõe empate ao FC Porto