Cinco em cada dez portugueses considera que ser picado por um inseto, que tenha picado alguém infetado, é uma forma de transmissão do vírus da imunodeficiência humana (VIH). Esta é uma das conclusões do estudo “30 anos, 30 mitos do VIH/Sida”, realizado pela empresa GfK Metris.

A investigação permitiu, ainda, concluir que na sociedade portuguesa existem várias ideias erradas quanto à transmissão do VIH/Sida. O estudo mostra que 20% das pessoas inquiridas considera que o vírus pode ser transmitido através de beijos, em piscinas, em casas de banho e em transportes. Já seis em cada dez inquiridos reconhecem que não se sentiriam confortáveis em ter uma relação afetiva com uma pessoa com VIH.

Como referiu ao Público Pedro Silvério Marques, do Centro Anti Discriminação VIH/Sida e da Associação Ser+, ter estes mitos tão generalizados é chocante”. No caso da transmissão do vírus ser possível através da picada de um inseto, ideia presente em 50% dos inquiridos, corresponde a um mito, uma vez que, como refere o Público, o vírus não sobrevive fora do corpo humano. Apesar de algumas das ideias falsas não terem implicações práticas, outras contribuem para alimentar o estigma que acompanha a doença, como afirmou Pedro Silvério Marques. Ainda assim, esclarece que há diferenças entre os inquiridos, notando que os indivíduos com idades compreendidas entre os 25 e os 45 anos e com escolaridade superior reportam, de um modo geral, informação mais correta.

O estudo foi realizado através de inquéritos telefónicos feitos a 600 portugueses no final de 2013.

O presidente da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM), Carlos Videira, referiu que a associação tem vindo a realizar algumas iniciativas dentro do Departamento Social da AAUM. Através destas “intervenções e sessões de sensibilização”, pretende “retirar alguns estereótipos relativos ao assunto”.

Ainda que a AAUM não tenho um plano de atividades para a sensibilização sobre este tema, Carlos Videira considera que “a sensibilização para esta matéria” poderia ser feita “em articulação com os Serviços Sociais, inserindo-a nalguma unidade curricular”.