“O GACCUM é uma espécie de muleta para o nosso curso”
Durante os últimos três anos, Ana Daniela Pereira fez do GACCUM ‘a sua segunda casa’. Secretária de direção, presidente e diretora do departamento pedagógico são os três cargos que a estudante do 3º ano de Ciências da Comunicação já exerceu. Hoje fala dos motivos que a levaram a integrar e permanecer no GACCUM, da importância deste núcleo para os estudantes do curso e de como se manteve ativo durante 20 anos.
ComUM – Estás no GACCUM há 3 anos. Quais os motivos que te levaram a integrar este núcleo?
Ana Daniela Pereira – O espírito de associativismo que já vinha detrás, do ensino secundário e do básico. Eu sempre estive ligada a movimentos estudantis, às associações de estudantes, e isso fez com que eu, ao chegar à universidade e ao conhecer o núcleo, tivesse curiosidade em saber mais sobre o que se fazia e até mesmo em fazer parte da direção. Entretanto surgiu o convite por parte do João Gonçalves [presidente do núcleo na altura] para integrar a direção no cargo de secretária.
ComUM – O que te fez continuar na direção do GACCUM?
Ana Daniela Pereira – O projeto em si e também a importância que acaba por ter para todos os alunos. Para além de ser um ambiente no qual se aprende sempre muito, é também um sítio onde se está em contacto com realidades distintas, o qual não se teria, se não houvesse participação neste tipo de associações. Como me fui metendo em tudo, o GACCUM foi um dos sítios onde acabei por me manter. Fiquei por gostar essencialmente do ambiente e da forma como estava estruturada a organização.
ComUM – Qual foi o cargo que mais gostaste de ocupar?
Ana Daniela Pereira – Secretária, porque não havia tanta responsabilidade (risos). Foi um cargo com alguma responsabilidade associada, mas não requeria tanto trabalho. No entanto, acho que são os três essenciais na estrutura da organização. Enquanto secretária, o cargo acabou por ser para mim uma aprendizagem, deu para perceber como é que o GACCUM funcionava. Como presidente, apesar de eu estar em Erasmus durante um semestre, também deu para perceber como funcionava enquanto estrutura, enquanto ‘líder’ da organização, o que acaba por imprimir também um grau de responsabilidade acrescida. O núcleo está todo sob a tua responsabilidade: se alguma coisa corre mal, corre mal, não só para o núcleo, mas também para ti. Agora no departamento pedagógico, acaba por funcionar como uma tentativa de sair do GACCUM em si. Integro atualmente outros projetos e portanto não poderia assumir qualquer tipo de cargo de responsabilidade maior. Desta vez fiquei na retaguarda para dar apoio.
ComUM – O cargo de secretária foi então o que mais gostaste de exercer?
Ana Daniela Pereira – Não há assim um que possa dizer que gostei mais de exercer do que outro. Se formos a ver, em termos de crescendo de responsabilidade, posso dizer que tive mais responsabilidade enquanto presidente. Mas não posso dizer que gostei mais de um cargo do que outro. Não é possível dizer isso. Claro que enquanto secretária a responsabilidade era menor, mas acabei por gostar de exercer os três cargos em que estive.
ComUM – O GACCUM completa 20 anos. Que fatores explicam que este núcleo de alunos se tenha mantido ativo durante todos estes anos?
Ana Daniela Pereira – A boa relação que tem com o curso e, sobretudo, com os professores. Se o GACCUM não tivesse o apoio da equipa docente seria muito complicado manter-se. Há núcleos que nascem, crescem durante dois anos e depois morrem, isto porque não têm capacidade de reunir condições junto dos professores. Parecendo que não, o corpo docente é quem interfere também na sustentabilidade que se possa ter enquanto núcleo. Também se mantém pelo apoio por parte dos alunos, que se vão mostrando interessados, pois o GACCUM acaba por dar uma perspetiva mais prática que, provavelmente, o nosso curso não dá.
ComUM – Qual é a importância que o GACCUM tem em termos académicos?
Ana Daniela Pereira – Apesar de ser representante dos alunos, o GACCUM afirma-se principalmente por tentar colmatar alguma lacuna, ao nível da formação, que o nosso curso possa ter. Na medida em que nos dá ferramentas, um carácter mais prático com as necessidades que desenvolve, como os workshops. Isso faz com que consiga compensar o nosso plano curricular. O GACCUM é uma espécie de muleta para o nosso curso.
Inês Mendes
Vera Ferreira