Homem do jogo

Josué

O ciclo de vida de Josué no FC Porto tem sido feito de altos e baixos. O médio português começou bem, agarrando um lugar na formação de Paulo Fonseca, mas foi perdendo regularidade com o tempo e, após a entrada de Luís Castro, quase desapareceu da equipa portista. Ressurgiu agora, em Braga, para ser decisivo no triunfo azul: não teve medo de assumir a condução do jogo ofensivo dos portistas, quis ter a bola e tentou, por várias vezes, alvejar a baliza de Eduardo. O guarda-redes minhoto negou-lhe dois golos, mas foi incapaz de impedir que Josué conseguisse duas assistências fatais, já nos últimos minutos do jogo.

 

Em cima

Felipe Pardo

A má entrada do SC Braga no jogo frente ao FC Porto vai ser dissecada em baixo, mas fica já uma ideia: o SC Braga demorou a encarar o FC Porto como os verdadeiros guerreiros fazem – olhos nos olhos, sem temores, lutando pela conquista até final.  O despertar chegou por Felipe Pardo, que foi sempre um dos elementos mais perigosos do SC Braga, quando obrigou Fabiano a uma boa defesa logo no recomeço. Na segunda metade, o colombiano ganhou muitos duelos ao lateral Ricardo e, já com Rafa em campo, conseguiu ser mais interventivo. Foi dele a jogada e o cruzamento que resultaram no golo de Erick Moreno.

Victor García

Um dos problemas do FC Porto foi, durante algum tempo, a sobrecarga de jogos a que alguns jogadores estavam obrigados. Os laterais Danilo e Alex Sandro, por exemplo, são quase espécies únicos no plantel portista, porque não têm alternativas naturais. Em Braga, Luís Castro colocou Ricardo na esquerda – é cada vez mais um jogador útil na defesa – e Victor García, jogador da equipa B, na direita. O jovem venezuelano cumpriu: compenetrado a defender, aventureiro a atacar e aproveitador das debilidades de Núrio para conseguir criar desequilíbrios junto à área do SC Braga, esteve em destaque na primeira parte.

Éder e Rafa

Os aplausos dos adeptos do SC Braga, no momento em que Rafa e Éder entraram em campo, deixam poucas dúvidas: os dois jogadores portugueses são, por estes dias, elementos que provocam nostalgia as mentes de quem apoia o clube minhoto. No jogo de hoje frente ao FC Porto, depois de longas paragens por lesão, Rafa e Éder ajudaram à reação bracarense na segunda parte, fazendo com que se jogasse mais perto da área azul e ambos estiveram perto de marcar: aos 77 minutos, Éder obrigou Fabiano a uma bela intervenção e, na jogada anterior ao segundo golo portista, Rafa também viu o guarda-redes portista agigantar-se – num lance em que podia ter feito bem melhor.

Fabiano

A lesão de Helton, no jogo frente ao Sporting, em Alvalade, podia ter aberto uma cratera na baliza do FC Porto. A verdade, contudo, é que Fabiano não tem permitido que os adeptos portistas sintam saudades do capitão: tem mostrado segurança, confiança e já se assumiu como um obstáculo difícil de ultrapassar pelos adversários. No jogo de Braga, não teve muito trabalho, mas conseguiu, em dois momentos, impedir que o SC Braga passasse para a frente do resultado, parando os tais remates de Éder e de Rafa. Na melhor fase dos minhotos, Fabiano emergiu e impediu a festa arsenalista.

 

Em baixo

Primeira parte do SC Braga

Ao SC Braga, levantou-se, antes do jogo, um dilema: atacar a partida com o FC Porto na máxima força ou rodar jogadores a pensar na meia-final da Taça de Portugal? Jorge Paixão preferiu a segunda hipótese e o SC Braga entrou no jogo frente ao campeão nacional em modo “Walking Dead”. Longe de fazer jus ao epíteto de guerreira, por estar demasiado macia a defender e desconexa a atacar, a equipa minhota demorou a conseguir mostrar-se e a apresentar argumentos para discutir o resultado. Demorou, se quisermos, meio jogo, porque só na segunda parte o SC Braga foi capaz de colocar em sobressalto a defensiva azul.

Núrio Fortuna

Fortuna pode ser um sinónimo de sorte ou de felicidade. Núrio Fortuna, lateral do SC Braga, teve, no entanto, poucos motivos para sorrir no jogo frente ao FC Porto, porque nunca conseguiu ser um obstáculo capaz de travar as investidas de Varela ou de Victor García. Na primeira parte, a equipa portista atacou muito pelo lado esquerdo do SC Braga – foi por esse flanco, aliás, que conseguiu marcar o primeiro golo – e isso deveu-se muito à incapacidade manifestada pelo lateral. Impotente e incapaz, Núrio foi substituído ao intervalo, dando o lugar a Miljkovic, num claro sinal de que as coisas não tinham corrido como era esperado.

A análise do jogo: SC Braga derrotado pelo FC Porto