Emoção e saudosismo marcam Imposição de Insígnias e Serenatas
Foi no passado dia 10 de maio que decorreram a Imposição de Insígnias e a Bênção dos Finalistas, na Universidade do Minho. Celebrações que, para muitos, assinalam a conclusão do curso.
Com duas horas de atraso e sob um calor intenso, a cerimónia de Imposição de Insígnias contou com a presença de estudantes finalistas, acompanhados pelos seus amigos e familiares que, segundo o presidente da Associação Académica da Universidade do Minho, “aderiram em massa às celebrações”.
No interior do pavilhão, viveram-se horas de expectativa. Chamados pela ordem do curso, os finalistas viram as suas insígnias serem-lhes impostas pelo padrinho de curso escolhido, seguindo para o habitual grito de curso, num momento de lágrimas e sorrisos.
“Para nós, alunos finalistas, é gratificante perceber que, apesar de tudo, ainda há um espacinho para nos orgulharmos de nós próprios. Foi isso que senti quando, na cerimónia da Imposição de Insígnias, éramos as pessoas mais importantes da Academia”, admitiu Patrícia Cardoso, finalista da Licenciatura em Química.
Também para Sofia Sousa, estudante finalista do Mestrado em Engenharia Biomédica “o dia de Imposição de Insígnias foi, sem dúvida, um dia marcante”. “Depois de tanto trabalho e dedicação ao curso, poder partilhar esta conquista com as pessoas mais importantes da minha vida e receber o seu carinho e apoio permitiu-me recarregar as baterias e sentir-me ainda mais orgulhosa por ter concluído uma importante etapa da minha vida”, acrescentou a estudante.
A tarde de festejos ficou marcada pela Bênção dos Finalistas, no centro de Braga, numa celebração conduzida pelo Arcebispo de Braga, Jorge Ortiga.
Carlos Videira, recorda o momento como “muito bonito, com muita cor e grande comunhão entre todos”.
Em homenagem aos três estudantes que perderam a vida na sequência da queda de um muro, junto à UM, no passado dia 23 de abril, foi feito um minuto de silêncio no início da Imposição de Insígnias e outro a meio das Serenatas, que tiveram lugar no Largo do Paço, excepcionalmente no mesmo dia. “A academia mostrou, uma vez mais, ser diferente, mostrou a sua união e a sua solidariedade”, afirmou o presidente da AAUM.
Visto que se realizaram depois da Imposição das Insígnias, as serenatas decorreram, este ano, de forma diferente. No Largo do Paço, não se deslumbrou apenas a tradicional mancha negra, tendo sido possível observar alguns pontos de cor, provenientes dos tricórnios dos finalistas, assinalados pelas cores do curso.
A Papa da Academia Minhota, Maria Canelas, afirmou que “tudo decorreu dentro da normalidade”. Já Carlos Videira salientou que foi “um momento único, onde os milhares de estudantes presentes fizeram um silêncio quase absoluto para ouvir o Grupo de Fados e Serenatas da Universidade do Minho”.
Mais uma vez, aqui e ali, uma lágrima no canto do olho. Assim se ouviram as Serenatas. Carine Gonçalves, aluna do 1.º ano de Estudos Portugueses e Lusófonos, admitiu: “Gostei imenso desta experiência pois, para mim, teve um grande valor sentimental”.
Já para Patrícia Cardoso, foi a “união, a amizade e a música” que tornaram a noite de Serenatas especial. A aluna finalista de Química conclui que o dia 10 de maio foi um “misto de tristeza por deixar para trás todo um mundo já nosso e alegria por termos conseguido aquilo por que sempre sonhámos”.