Cantor, compositor e músico são algumas das palavras que definem Miguel Araújo. A sua voz e algumas estreias foram ingredientes suficientes para encher o Centro Cultural Vila Flor (CCVF). Na noite de ontem, o público não saiu defraudado depois de uma hora e meia de concerto, onde as palmas foram uma constante.  

Para quem nunca tinha visto o artista ao vivo, como Maria Castro, o concerto “foi surpreendente.” No entanto, mesmo quem já o conhecia não ficou indiferente à sua energia: “Foi o segundo concerto a que assisti e aconselho vivamente”, afirmou Natacha Carvalho, uma das espectadoras. Para o cantor, a casa cheia é “uma consequência muito agradável” do trabalho realizado. Pela primeira vez em Guimarães, foi este o cenário escolhido para a gravação de um teledisco e para a estreia da música “Dona Laura”.

 

Uma cidade qualquer

Com dois discos a solo, o cantor recordou, no concerto de ontem, algumas das músicas mais antigas, sem esquecer as novas e alguns dos temas mais emblemáticos. “Crónicas da Cidade Grande” é o nome do segundo álbum. Um título “metafórico” que não se refere a nenhuma cidade em particular garante o autor: “Eu tive cuidado de não contextualizar muito geograficamente” deixando de lado alguns temas que “falavam concretamente do Porto ou de Lisboa.”

Inês Viterbo é uma das vozes convidadas para este álbum. Uma artista, que para o cantor, tem “a voz perfeita” para a música “Balada Astral”. Neste trabalho participam, também, “amigos de longa data” como António Zambujo e Marcelo Camelo.

 

A conquista da rádio e da televisão

Temas como “Os Maridos das Outras” e “Balada Astral” fazem, atualmente, parte do repertório de várias rádios nacionais. “A música não é feita com esse objetivo mas quando existe essa consequência é muito agradável”, afirmou Miguel Araújo.

A primeira vez que ouviu uma música sua na rádio foi em 1997, altura em que era baixista numa banda: “foi uma sensação espetacular que não se repete mais. Depois, em 2005, com “Os Azeitonas” passou-se a mesma coisa.” Mas os projetos de Miguel Araújo não passam apenas pela rádio: “Uma vez passou, também, uma [música] na telenovela e nós púnhamos de propósito na telenovela para a ouvir” recordou o músico.

Atualmente a solo e na banda “Os Azeitonas”, Miguel Araújo desempenha “papéis completamente diferentes”. “N´Os Azeitonas, sou mais guitarrista (…) Aqui sou o vocalista principal.“ Não é difícil “conciliar as duas coisas. Não é nada que não se faça. É a nossa profissão” garante.

Miguel Araújo é descrito como um dos mais completos músicos da nova geração da música portuguesa. A existência de um terceiro trabalho é uma possibilidade, com a presença de “mais 12 músicas novas. (…) Pretendo continuar a escrever, a compor e a gravar”, afirmou. Depois de ter surpreendido Guimarães, o cantor continuará pelo país a preencher os palcos com a sua voz, energia e com os temas que o público já bem conhece.

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Fotografia: Mariana Santiago