Ser finalista representa o fim de um curso e o fim de “uma das melhores fases da vida” para muitos estudantes do ensino superior. Depois de terminar o curso, a maioria dos jovens questiona-se sobre o seu futuro. Continuar a estudar? Tentar encontrar emprego? Emigrar? As questões são diversas e as soluções não parecem ser muitas. “Sei que não vai ser fácil”, afirma Catarina Ferreira, finalista da licenciatura em Física.

Atualmente,  existem em Portugal 135 mil jovens desempregados. O número continua a aumentar de mês para mês, bem como o de portugueses licenciados. No ano passado, cerca de 29% dos cidadãos entre os 30 e os 34 anos eram licenciados. A solução encontrada por alguns jovens foi a emigração. O Reino Unido é o país preferido pelos estudantes. Entre abril de 2013 e março passado, mais de 27 mil portugueses emigraram para a terra de Sua Majestade.

Apesar de o números de jovens emigrantes estar a aumentar, os estudantes, abordados pelo ComUM, não se mostraram interessados em optar por esta decisão, a curto prazo. “Não está nos meus planos, mas se não conseguir arranjar emprego na minha área em Portugal, a solução será emigrar”, garante Andreia Miranda, finalista da licenciatura em Educação.

Para Ricardo Araújo, estudante do 3º ano da licenciatura em Economia, a emigração “é sempre uma solução, mas uma solução que se encontra no fim da lista”. A ideia é corroborada por André Ferreira, aluno de Ciências da Comunicação, que defende que “emigrar pode ser uma solução apenas a médio prazo”.

Em alternativa à emigração, a maioria dos estudantes têm optado por prosseguir os estudos. Cátia Vieira, recém licenciada em Estudos Portugueses e Lusófonos, considera que “uma licenciatura não é suficiente para se conseguir um bom emprego e ser competitivo nesta área”. A aluna minhota destaca ainda a necessidade, cada vez mais crescente, da formação constante e que deverá estar presente ao longo da vida: “continuaria a estudar, mesmo que não fosse necessário, para poder especializar-me numa determinada área’’.

Para Rita Mota, finalista da licenciatura em Línguas Aplicadas, o objetivo é continuar a estudar, uma vez que este ano se inscreveu numa bolsa para estudar na China. “No entanto, se não conseguisse esta bolsa, penso que acabaria por lutar por ter um nível académico cada vez maior, pois acredito que quem tiver um nível superior possa ter mais facilidade em arranjar trabalho”, afirma a estudante. Emigrar é uma ‘’hipótese sempre em aberto” mas “felizmente, Portugal continua a investir muito no turismo, e a área de línguas estrangeiras será sempre necessária neste sector”, conclui a aluna.

Emigrar ou continuar a estudar? É este o dilema da maioria dos estudantes finalistas, que agora começam a projectar o seu futuro no mercado de trabalho. A poucas semanas do fim do ano lectivo, ainda são muitas as dúvidas que estes jovens enfrentam.

Carolina Guimarães
Catarina Fernandes