Braga Music Week: Mão Morta no encerramento
Os Mão Morta iniciaram, ontem, a tour de apresentação do seu novo álbum, na TOCA. Foi com o primeiro concerto da tour “Horas de Matar” que terminou a “semana de nove dias” dedicada à música em Braga.
Largos minutos antes do início do concerto dos Mão Morta, já várias dezenas de pessoas esperavam a banda em frente ao palco principal. O regresso da banda à cidade, quatro anos depois de terem lotado o Theatro Circo, era muito esperado pelo público presente.
Rui Barbosa, de 43 anos, segue a banda desde o seu início e aprecia o lado interventivo que “sempre tiveram”. Quanto ao novo álbum, compara-o às músicas criadas no período da revolução de abril. “Se fosse há quarenta anos isto era uma verdadeira música de intervenção do mais fino recorte”, afirmou. Já Marco Duarte, de 19 anos, que apenas conheceu a banda desde o lançamento deste disco, considera o álbum “frio e direto”. O jovem aprecia os conteúdos das músicas, mas pensa que é “arriscado” que uma banda com 30 anos os apresente.
Foi com a sala cheia que os Mão Morta iniciaram o primeiro concerto de apresentação do seu mais recente álbum: “Pelo meu relógio são horas de matar”. E, apesar de estarem a apresentar o novo trabalho, muitos temas antigos, como “Anarquista Duval”, “Budapeste” ou “Charles Manson”, foram relembrados.
A noite contou ainda com dois concertos “surpresa”, que foram protagonizados por duas bandas bracarenses: Ermo e Vai-te Foder. Para o baixista da banda punk Vai-te Foder, Carlos Morcego, foi “uma honra e um privilégio” tocar com os Mão Morta, que considera serem os “avós” do punk de Braga. Quanto ao novo disco, Morcego refere que a banda voltou “a uma onda mais antiga, mais arrastada e pesada”. Destaca, ainda, a crítica social presente neste álbum. “Acho que foi o álbum mais crítico que eles já fizeram, pelo menos o mais direto”, afirmou.