A cidade de Guimarães não é apenas o berço de Portugal. Vai mais longe. É o berço da cultura. E o Centro Cultural de Vila Flor é um dos seus “filhos” mais velhos que segue à risca a missão de “dar forma e vida a mais de 15 anos de percurso cultural.”

Situado em pleno coração histórico de Guimarães, o Centro Cultural Vila Flor (CCVF) trata-se de um verdadeiro motor de arte e cultura. O Diretor Executivo d´A Oficina, Frederico Queiroz, enquanto representante da entidade gestora do espaço, acredita que a entrada em funcionamento do CCVF “propiciou o desenvolvimento cultural da cidade e de toda a região circundante, assim como, a intervenção em áreas inacessíveis, o crescimento e a fruição cultural”. Mas este espaço não pretende apenas fornecer cultura. O seu objetivo primordial é sensibilizar, criar e formar o público, aumentando assim o espírito crítico e estético.

O impacto e a importância que o CCVF teve naquela que foi a Cidade Europeia da Cultura, em 2012, foi verdadeiramente visível. “Se é verdade que este evento colocou o nome do CCVF nas bocas do mundo, também é verdade que, sem o CCVF, Guimarães 2012 não teria acontecido”, assegura Frederico Queiroz. Com a sua programação inovadora e direcionada para vários segmentos, atrai o público vimaranense e não vimaranense, levando-o a “viver a cidade”.

Com nove anos completados no passado dia 17 de setembro, Frederico faz um resumo de quase uma década de trabalho: “as projeções mostraram-se ajustadas, as expectativas confirmadas e os objetivos atingidos”. Para o futuro, o CCVF tem a pretensão de continuar a “fazer mais e melhor”.

 

“A arte e a cultura significam seres humanos mais ricos” 

O centro não proporciona apenas o fornecimento de arte e cultura. É também um “instigador” à criação. Não pretende gerir públicos, mas sim criar cidadãos mais ricos, pois, segundo Frederico Queiroz, “a formação pessoal de cada ser humano está intimamente ligada à cultura”.

O significa de uma obra cultural não se mede, apreende-se. Torna a sociedade “culturalmente mais exigente e, ao mesmo tempo, mais compreensiva”. A visão do CCVF é bem clara: a cultura e a arte abrem horizontes, quebram barreiras, desmistificam conceitos e, acima de tudo, despertam o espírito crítico.

 

Uma programação variada e de qualidade

Espaço de paragem obrigatória na cidade de Guimarães, o CCVF dispõe de uma programação “regular, diversificada e de qualidade”. Ao centro acorrem públicos não só regionais, mas também nacionais e até internacionais. As atividades empreendidas pelo espaço permitem abranger várias franjas da população com espetáculos de dança, música, teatro e artes visuais. O centro tem ainda perceção da influência que exerce e que leva à formação de um “público assíduo e fiel seguidor de diversos tipos de eventos”, segundo Frederico Queiroz.

Relativamente à programação para 2014/2015, o CCVF tornar-se-á coprodutor de várias iniciativas como o ciclo de Histórias de Jazz em Portugal, até maio de 2015, juntamente com o Hot Clube de Portugal. Irá também realizar a 2ª edição do Westway Lab Festival, de 9 a 18 de abril de 2015. O centro conta ainda com a criação do programa Mais Dois – Programa de aprendizagem em artes performativas, em parceria com a Câmara Municipal de Guimarães, destinado a crianças do 1º ciclo.

Frederico Queiroz assegura que o preço dos bilhetes não condiciona o tipo de púbico que assiste aos espetáculos, dado que são bastante acessíveis. O objetivo do CCVF é, acima de tudo, “abrir portas para a descoberta, a crítica e a experimentação.”

 

Um futuro bem definido

Ao longo dos seus nove anos de existência, o Centro Cultural Vila Flor tornou-se num “espaço incontornável da cultura em Portugal”, constata Frederico Queiroz. Um espaço que, pelas suas múltiplas valências, pela beleza arquitetónica, pelos seus meios técnicos e programação, é atualmente “reconhecido e elogiado por todos os que lá passam e desejado pelos que ainda não tiveram a oportunidade de por lá passar.”

Para o centro, a cultura será sempre um fator distintivo da construção da cidadania e um meio eficaz para o desenvolvimento social, para a evolução das mentalidades e para a consolidação da consciência cívica dos cidadãos.

O CCVF vai continuar, assim, a produzir arte e cultura, “adaptando-se se necessário às mudanças do paradigma cultural, social e económico, mas sempre de mãos dadas com a qualidade artística”.