O SC Braga venceu o Benfica, por 2-1, num jogo disputado nos limites e repleto de emoção. Depois de ter deixado uma boa imagem na jornada anterior, frente ao FC Porto, os minhotos conseguiram travar o campeão, reescrevendo perto do fim uma história que pareceu estar destinada a um final infeliz. Matheus foi herói no triunfo minhoto.

O Benfica entrou em Braga com a espada em riste. Impetuoso, investiu sobre o rival, cercou-o, aproveitou um momento em que a guarda estava ainda em baixo e desferiu o primeiro golpe. Sem tempo a perder, muito menos sem misericórdia por quem ainda não estava preparado. Se é guerra, é guerra. Não há contemplações.

O ferimento imposto por monsieur Talisca, D’Artagnan dos tempos modernos, afetou o guerreiro minhoto. Deixou-o aturdido, pelo menos, hesitante perante o avanço do adversário e indefinido enquanto se tentava reagrupar para dar a resposta devida. No momento de maior sufoco, teve de ser Matheus, último obstáculo da defesa bracarense, a impedir que o Benfica ganhasse maior avanço.

Nos primeiros 25 minutos, o Benfica pareceu estar sempre perto de deixar o SC Braga numa posição delicada. Mais forte, mais dinâmica e mais rápida, a armada de Jorge Jesus aproveitou as descompensações do adversário e ameaçou levá-la ao tapete – com Lima e Talisca, sobretudo. Mas, ao contrário do início, foi misericordioso. E o SC Braga cresceu com o passar dos minutos.

Os destaques do SC Braga-Benfica: Matheus como principal figura

Diz-se que a necessidade aguça o engenho e, por isso, aos 27 minutos, o SC Braga aproveitou um momento de descompensação do Benfica, fruto de um ataque mal definido, para anular o avanço conseguido pelos benfiquistas. Contra-ataque rápido, envolvente, com movimentos práticos e um golpe certeiro no coração do rival. Tiba, Pardo e Éder na liderança da revolta.

A partir desse momento, os minhotos galvanizaram-se, pisaram terrenos adversários cada vez mais perigosos e foram procurando brechas que pudessem aproveitar. O Benfica tremeu, sentiu o empate, deixou de ter ligação, intensidade e objetividade. Quando o conseguiu, a equipa benfiquista esbarrou em Matheus, homem de ferro, gigante na defesa da fortaleza bracarense.

De dedo em riste, o SC Braga quis mostrar quem mandava em casa. Foi empurrando o Benfica para trás, deixando-o encurralado e sem armas para responder. Artur impediu por duas vezes, aos 58 minutos, que o domínio minhoto tivesse resultados práticos. Com a equipa em quebra, Jorge Jesus apostou em Jonas, trocando o brasileiro por Samaris, na tentativa de voltar a incomodar o SC Braga. A entrada do brasileiro (62’) fez com que o Benfica respirasse e voltasse a entrar na luta.

O duelo foi ficando cada vez mais intenso, quente e viril, próprio para homens de barba rija. A história que parecia escrever-se nos primeiros minutos, que indicava uma supremacia do Benfica, teve de ser reescrita na parte final: Salvador Agra, uma das armas de Sérgio Conceição para o último assalto, investiu, trocou as voltas ao Benfica e deixou o SC Braga com o adversário a seus pés. Sem contemplações, sem misericórdia. Se é guerra, é guerra.

Depois do golpe de Agra, oportuno e letal, o SC Braga uniu esforços, cerrou fileiras e esperou que o tempo passasse. Agarrou-se ao escudo, protegendo-o como se fosse ouro, conseguindo-o com garra e apoiado numa prestação assombrosa de Matheus. O Benfica pagou caro a misericórdia e, no final, foi castigado pela Fortuna.