O Vitória venceu o Boavista, por 3-0, na abertura da sétima jornada da Primeira Liga. Depois de um desaire na Madeira, frente ao Marítimo, a equipa vimaranense regressou aos triunfos, num jogo que dominou desde início e em que o Boavista foi incapaz de descobrir brechas na fortaleza vitoriana. Ainda que provisoriamente, o Vitória é segundo classificado no campeonato.

Num duelo a preto e branco, ao jeito dos velhos tempos, o Vitória impôs-se desde cedo. Equipa mais personalizada, tomou conta da bola, encarou o adversário nos olhos e planeou as investidas. Esteve perto de conseguir marcar logo no terceiro minuto, num lance desperdiçado por Tomané, deixando claro que não pretendia deixar-se cair nas armadilhas preparadas pelo Boavista.

Este Boavista é, aliás, uma equipa que gosta de dar a iniciativa ao adversário, preferindo resguardar-se para aproveitar eventuais momentos de desleixo que permitam dar passos firmes rumo ao território rival. É, no fundo, uma equipa que se conhece, que sabe do que é capaz e que não acredita que o futebol seja algo linear, preto ou branco, em que os mais fortes vencem sempre. Dessa matreirice vêm os perigos para os adversários.

Por isso mesmo, o Boavista jogou em Guimarães recuado, expectante, à espera que o Vitória baixasse a guarda. A verdade é que apesar da entrada forte da equipa vitoriana, depois disso o jogo foi enrolado, disputado em ritmo baixo e quase sem oportunidades para alvejar qualquer uma das balizas. Neste caso, o segredo costuma estar em ser eficaz e aproveitar as poucas ocasiões que aparecerem.

O Vitória seguiu a máxima à risca. A dois minutos do intervalo, Tomané antecipou-se a Philippe Sampaio e serviu Jonathan Alvez, que desviou para o fundo da baliza boavisteira – o avançado foi uma das novidades na equipa, tal como Bouba e Bruno Gaspar. Num momento crucial, a equipa vitoriana desferiu um golpe no adversário, sossegou o espírito e foi para o descanso numa posição confortável.

O regresso dos balneários foi acidentado. Em três minutos, a nação vitoriana agitou-se: primeiro, para reclamar uma falta de Lucas sobre Bernard na área e, logo a seguir, pela apreensão de ver o guarda-redes Douglas lesionar-se, cedendo o lugar a Assis. No tal duelo a preto e branco, surgiu, aos 53 minutos, um novo tom importante para o desenrolar do jogo: Philippe Sampaio viu o cartão vermelho, depois de ter derrubado Alvez à entrada da área, deixando o Boavista reduzido a dez jogadores.

A ganhar e com mais um jogador, o Vitória ficou mais confortável. Impediu que o Boavista ousasse sequer incomodar Assis, teve muita bola e procurou sempre aumentar a vantagem para se prevenir de eventuais dissabores. O golo da tranquilidade chegaria aos 69 minutos, por André André, na conversão de uma grande penalidade. Para fixar o resultado final, Alvez, figura de proa da equipa minhota, marcou o terceiro golo aos 85 minutos, selando a superioridade do Vitória num duelo… colorido.