Dois estudantes da Universidade do Minho criaram robôs que interagem com as pessoas através da música. O projeto, intitulado Meet the Frumbles, foi premiado numa conferência internacional de tecnologia e traz um novo destaque para a academia minhota.

Luís Fraga e António Coelho, alunos do mestrado em Tecnologia e Arte Digital na UMinho, desenvolveram três robôs capazes de detetar movimentos e interagir diretamente com as pessoas. O projeto Meet the Frumbles pretende “estudar a música e o humor como facilitadores da interação entre humanos e máquinas”, afirma Luís Fraga.

Os criadores dos bonecos interativos alertam para a necessidade do ser humano “tocar em objetos tangíveis”, explicando que atualmente o “entretenimento está muito focado na interação com criaturas que vivem em ecrãs táteis, daí a motivação de criar entidades reais”.

O objetivo do projeto, segundo os estudantes minhotos, é “criar uma orquestra com dezenas de bonecos interativos que toquem com bandas ao vivo e que gostem de mandar piadas”. Os robôs desafiam pessoas de todas as idades a tornarem-se maestros e a controlar esta orquestra pós-digital.

O nome Meet the Frumbles tem também um significado especial para os alunos da UMinho. Os Frumbles são “uma referência ao filme ‘Meet the Feebles’, uma paródia aos ‘Marretas’, em que uma companhia de teatro de fantoches decadentes se perdia em vícios adultos, e também são bastante inconvenientes, daí a homenagem”, explicam os autores dos bonecos interativos.

O projeto dos mestrandos venceu a categoria Best Creative Showcase na conferência internacional Advances in Computer Entertainment (ACE). Segundo Luís Fraga e António Coelho, a ideia de participar no concurso surgiu em junho, com a “submissão de um artigo científico e uma proposta de demonstração no Creative Showcase da conferência”.

O prémio obtido no concurso internacional ACE2014 surpreendeu os impulsionadores do projeto e trouxe também destaque para a UMinho: “Obter a distinção num fórum académico foi surpreendente e uma grande honra”. “E também válida a qualidade do trabalho efetuado em Portugal e prova que cá temos talento”, reconhecem os criadores.

Os estudantes minhotos não estavam à espera do sucesso alcançado com os bonecos interativos: “O resultado foi tão positivo que nos deixou francamente surpreendidos”. “Toda a gente gosta, dos mais novos aos mais velhos”, acrescentam. Apesar de ter sido premiado no concurso internacional, o projeto começou como um hobbie para os alunos minhotos.