Casa das Artes de Famalicão: sinta-se como se a casa fosse sua
Quem olha para a Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão vê um edifício arquitetonicamente moderno com amplas salas, só não sabem que lá se faz magia com arte e cultura.
Criado para responder às necessidades do concelho ao nível da promoção das atividades culturais, este espaço é, para o diretor Álvaro Santos, de todos e para todos, “onde os estranhos se conhecem”.
Esta casa serve arte e cultura, nas suas mais variadas forma: dança, teatro, artes plásticas, cinema e música. Opções não faltam para quem lá entrar! Põe à mesa o espírito crítico individual e coletivo num espaço que se quer plural.
Este espaço representa não só a cultura famalicense, contribuindo grandemente para a identidade local, mas procura, também, abordar várias vertentes da cultura nacional, satisfazendo quem lá entrou e quem lá quer ainda entrar. Assim, a Casa das Artes coloca o seu público “em linha com as linguagens culturais e artísticas do nosso tempo, sejam elas mais populares, experimentais ou eruditas”, afirma Álvaro Santos.
A casa pode ser comparada a uma escola onde o primeiro objetivo é formar e sensibilizar as pessoas para as artes e para a cultura. Para o diretor do espaço, essa meta será alcançada pelo exercício de “pensar a modernidade e de dar expressão à modernidade.”
Um mecenas da Cultura Portuguesa
Inaugurado em 2001, este espaço cultural mantém as suas paredes pelo público que, de forma persistente e contínua lá volta, “espetáculo após espetáculo (…) partilhando companhia, interesse e atenção.” Ao longo destes 13 anos, o espaço recebeu mais de 700 mil visitantes, o que “dá consistência a um projeto cultural e artístico sério, credível e duradouro”, garante Álvaro Santos.
Estes anos não significam apenas “identidade”, mas “liberdade de pensamento, promoção do sentido crítico, encontro e convívio.” Anos dedicados a levar a cultura e as artes a um público mais vasto fizeram com que este espaço de movimentasse sistematicamente, movimento esse comparado, por Álvaro Santos, a uma coreografia que a cada ano é aperfeiçoada. É uma dança em espiral que aí se constrói, em constante desenvolvimento, direcionada para “um interesse sempre renovado e sistemático das pessoas e para a sua relação com a Casa das Artes.”
Sinta-se como se a casa fosse sua
Os palcos da Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão já foram pisados por nomes de importância extrema no mundo das artes e da cultura. A nível internacional contam-se o compositor francês Yann Tiersen e o britânico Michael Nyman e, ainda, Rufus Wainwright, Rickie Lee Jones, John Cale, Gary Numan, Peter Hook, Wadada Leo Smith, Antony and the Johnsons e Wim Mertens. A cultura portuguesa também está bem representada com um histórico de rigor onde se podem encontrar nomes como Rui veloso, Pedro Abrunhosa, Carlos do Carmo e Mariza.
O também programador Álvaro Santos afirma que a programação, feita a pensar nos espectadores da casa, “torna a cidade num território de referência e incontornável nas áreas da cultura e das artes, em geral.” O objetivo primordial é o de proporcionar momentos de bem-estar num ambiente onde as pessoas se sentem “como se a casa fosse sua”.
A programação dos próximos dias promete despertar o interesse. No próximo sábado, dia 29 de novembro, os Clã vão visitar o espaço famalicense. Na pintura, até ao dia 30 de novembro, a grande atração é a exposição “Volta para a tua terra (os rostos da imigração) ” do artista Emanuel Sousa. No cinema, vão ser exibidos o filme “Corredor do Silêncio”, a 26 de novembro, e o documentário “Luz Teimosa”, a 27 de novembro.
Para o futuro, a casa permanecerá firme, assente na promessa de procurar as melhores formas de sensibilizar e envolver o público na preocupação transversal de fomentar “a importância da presença, prática e conhecimento das artes e das suas múltiplas manifestações para a vida”. A cultura, afirma Álvaro Santos, “essa vai absolvendo, rejeitando e influenciando o indivíduo e a sociedade, e estes últimos vão refazendo todo o ciclo que quiserem e lhes impuserem… porque nós podemos intervir.”