Pëste: um espaço onde a cultura “está entranhada”
Um espaço criado por três amigos “por brincadeira”, afirma-se como uma alternativa na “rua dos bares”. Entre música, cinema e literatura, pode-se ainda apreciar a “melhor tosta mista do mundo”.
É no ponto em que a Rua Nova de Santa Cruz se cruza com a Rua da Quinta da Armada, que encontrámos o Pëste – Espaço Cultural. É assim, a poucos minutos do campus de Gualtar da Universidade do Minho (UM), que podemos encontrar um bar que se refugia dos “bares de massas”. Após atravessar o portão vermelho metálico da entrada, encontra-se um espaço a meia-luz, com James Blake a soar serenamente nas colunas. À esquerda, dezenas de vinis de grandes vultos da música, como Kraftwerk, José Mário Branco ou Morrissey decoram a parede. À direita, uma estante com outros tantos livros para leitura e um rádio antigo a adornar. Seguem-se as mesas e cadeiras, e aí encontramos sentado, de forma tranquila, com dois amigos e uma garrafa de vinho, um dos proprietários do bar, Vítor Ferreira.
Essa tranquilidade está presente desde a abertura do Pëste. “Começamos por brincadeira”, afirmou Vítor. Hoje o bar “é levado a sério, como uma empresa, mas sempre de forma descontraída”, explicou o proprietário. Afinal, este é apenas o “hobby” de Vítor, Marco e Fausto. Durante o dia, a vida é bem difente, ocupam-se de profissões “chatas”, desde a mediação de seguros à agricultura. Mas à noite, encontram um escape. “Temos o nosso espaço, a nossa casa”, afirmou.
O espaço agora ocupado pelo Pëste, foi em tempos o CUSP – Centro Utopias Sonhos Projetos. Os atuais proprietários decidiram manter o registo que tinha até então, seguindo com a vertente cultural e alternativa que associada ao espaço. “Não houve uma quebra. Mudou nome, mudaram as pessoas, mas o registo manteve-se”, explicou Vítor.
“A parede está sempre disponível para acolher exposições”
Os proprietários tentam dinamizar o espaço através da vertente cultural com exposições mas, também, através de sessões de cinema organizadas por grupos de alunos da UM como o Centro de Estudos do Curso de Relações Internacionais (CECRI), a Associação de Estudantes de Estudantes de Psicologia (AEPUM) ou o Núcleo de Estudantes de Filosofia da Universidade do Minho (NEFILUM). A música e os livros merecem igual destaque, com a apresentação de trabalhos de bandas e escritores como Pedro Chagas Freitas que marcou, este ano, presença neste espaço para uma tertúlia.
A cultura “está entranhada” afirmou Vítor Ferreira, que não hesita em responder positivamente quando lhe perguntam se este espaço é uma alternativa numa rua repleta de bares “mainstream”. “Nós temos o nosso próprio registo, que nos faz diferentes dos outros”, apontou o proprietário.
O que se come aqui?
“A melhor tosta mista do mundo”. É o título reclamado, em tom de brincadeira, por Vítor, para a Tosta Pëste. “Quem a prova fica fã”, garantiu Vítor Ferreira. E para além desta especialidade, há uma outra. Uma bebida “muito própria” que mistura sumos naturais de fruta da época e uma Vodka Premium.
Com características singulares, o Pëste é mais do que simples bar: é um local de convívio onde se junta a música, o cinema e a literatura.
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