Videira assegura terceiro mandato na AAUM
Carlos Videira foi eleito, pelo terceiro ano consecutivo, presidente da Associação Académica da UMinho (AAUM), com uma maioria de 59.80%. Já o seu adversário, António Peixoto, conquistou a preferência de 40.20% dos estudantes que participaram nas eleições para os órgãos de Governo da AAUM, esta terça-feira.
Foi com “grande orgulho e satisfação” que o líder da lista A reagiu à vitória, numa noite marcada pela espera e expetativa. Aguardados por vários apoiantes das duas listas, alvo do escrutínio eleitoral, os resultados foram tornados públicos, pela voz do presidente da Comissão Eleitoral, Pedro Sanches, já na madrugada de quarta-feira, no campus de Gualtar.
Visivelmente emocionado, e sem esconder “a honra” por voltar a ser a escolha dos estudantes da academia minhota, Videira reconheceu o particular valor emocional destas eleições: “É, sem dúvida, das três eleições a que é mais sentida!”
Depois de um “processo eleitoral complicado” e de “um ano ingrato para a AAUM”, várias vezes alvo de “difíceis críticas e acusações”, Carlos Videira explica a sua reação perante uma vitória em que nunca deixou de acreditar. “Apesar de todas as dificuldades, nós [lista A] acreditámos que havia uma ‘maioria silenciosa’, que se revia na nossa forma de atuação, e isso confirmou-se hoje”, reconheceu o jovem.
Este ano, Videira vence com uma maioria inferior à das duas últimas eleições. “Houve um aumento da participação e o facto de estarem apenas duas listas sujeitas ao sufrágio, de certa forma, bipolariza as intenções de voto, e os votos da oposição passam a estar concentrados numa só lista, o que pode explicar este resultado”, justifica o jovem.
Ainda assim, Carlos Videira mostra-se satisfeito com os resultados, que justifica com o “bom trabalho” da sua equipa e com a ausência de “uma alternativa credível do outro lado”.
Peixoto felicita Videira
No rescaldo dos resultados eleitorais, o candidato derrotado, António Peixoto, felicitou Carlos Videira pela sua reeleição e reconheceu que a nova direção tem, assim, “legitimidade” para fazer “um bom trabalho” no mandato que se segue.
António Peixoto aproveitou o momento para denunciar uma desigualdade de condições das duas listas no acesso aos meios de comunicação, acusando o facto de a lista A ter sido favorecida, na sua opinião.
Em entrevista ao ComUM, o jovem mostrou-se desapontado com os resultados, especialmente com os votos apurados no pólo de Azurém. Peixoto admitiu que esperava “mais apoio” dos estudantes do campus de Guimarães, maioritariamente alunos de engenharia.
Sem desconsiderar o “mérito da lista A”, o candidato aponta a “falta de força e de comunicação no campus de Gualtar” como as principais causas da derrota.
Apesar de não ter vencido estas eleições, o líder da lista B não afasta a possibilidade de uma nova candidatura, nas próximas eleições, eventualmente, encabeçada por outros membros da sua equipa.
Apesar de elevada, abstenção desceu
Tendencialmente elevada, este ano a abstenção fixou-se nos 81.47%, o que revela uma descida de 6.44% em relação ao ano anterior.
Esta foi, também, a segunda eleição mais participada, em termos absolutos, para os órgãos de Governo da Associação Académica, seguida da eleição de 2005. A discrepância entre as duas é de apenas cem votos.
Para António Peixoto, o valor de abstenção registado “continua a ser inaceitável”, uma vez que a AAUM é um órgão decisivo no percurso universitário de todos os estudantes.
Já Carlos Videira observa positivamente a maior afluência às urnas, registada este ano. “Em Gualtar, houve filas durante todo o dia”, afirma.
Ainda assim, Videira reconhece que é necessário continuar a trabalhar no sentido de reduzir esta taxa. Para tal, o jovem considera necessário “promover um aumento da participação estudantil em momentos decisivos da academia, e rever os estatutos eleitorais”, que exigem a presença de um membro da Comissão Eleitoral por cada urna de voto. Isto tem dificultado um aumento do número de urnas distribuídas pelos campi, como explicou ao ComUM Carlos Videira.
Dificuldades no acesso às urnas
Apesar de um aparente aumento na afluência dos estudantes às urnas, alguns dos inquridos pelo ComUM, durante a tarde eleitoral, mostraram não ter conhecimento destas eleições.
Já em Azurém, alguns estudantes revelaram-se insatisfeitos com a centralização dos locais de voto no pólo principal do campus, facto que dificultou a sua participação no processo eleitoral.
Do escrutínio resultou ainda a eleição de Raquel Afonso, da lista C, para presidente da Mesa da RGA, com 61.38% dos votos, ficando a sua oponente Bárbara Lopes, da lista D, com 38.62%. No que diz respeito ao Conselho Jurisdicional, Catarina Lima, da lista E, reuniu a preferência dos estudantes, com 59.26% dos votos, que lhe garantem a eleição de cinco elementos. Já Ricardo Vigário, da lista F, com 40.74% dos votos, poderá eleger quatro membros.
Reeleito presidente da AAUM, Carlos Videira toma posse para mais um mandato no início de 2015.
Reportagem: Cátia Ferraz | Gabriela Ferreira | Sérgio Neto
Infografia: Rui Barros
Imagem e vídeo: Marta Roda