A cultura no Minho: o que deu que falar em 2014?
Para os leitores mais assíduos do ComUM isto não é novidade: a cultura no Minho esteve em alta este ano.
Começando pela Cidade Berço, dois anos depois de Guimarães ser Capital Europeia da Cultura (CEC), esta continua a demarcar-se como uma referência cultural. Os espaços que foram restaurados ou criados na CEC deram as suas cartas no teatro, música, exposições, workshops e até em iniciativas de intervenção social. Exemplo disto é a Fábrica ASA que em 2012 se “especializou” em artes contemporâneas (música experimental, teatro moderno, entre outros) e agora aluga os seus espaços para os mais diversos eventos, desde jantares até comemorações do dia da criança ou workshops musicais. A Plataforma das Artes e da Criatividade que, em 2014 inaugurou a Festa do Cinema Francês com os filmes Libre et assoupi e Hope, albergou grandes nomes da música como Carlos do Carmo, Rodrigo Leão ou Expensive Soul e continua com a exposição permanente do artista vimaranense José de Guimarães. Ainda nesta cidade, destaca-se a Praça de Couros que, durante o Verão organizou festas ao ar livre, e muitos outros espaços como o Centro Cultural Vila Flor, o Paço dos Duques ou o Museu Alberto Sampaio.
Mas nem só em Guimarães se fez a festa. Braga reabriu um dos espaços que mais contribui para a sua oferta cultural: o GNRation. Nos últimos meses teve vários concertos, exposições e foi palco de diversos eventos.
Depois de vários problemas na administração e do iminente fechar de portas, eis que o Theatro Circo presenteou os bracarenses com uma agenda forte; para além dos já habituais festivais de tunas (Trovas e Celta) e dos concertos de artistas nacionais como Miguel Araújo e Gisela João, o espaço foi ainda palco da Festa do Cinema Francês, que veio a Braga pela primeira vez, do festival Semibreve, que todos os anos tem sido um chamariz para os amantes de música electrónica e, mais recentemente, do concurso de curtas FastForward. Um ano em grande para o Theatro Circo.
Mas Braga teve muitas outras iniciativas: a Universidade do Minho celebrou a cultura com vários concertos na reitoria ao longo do ano. O último, de Noiserv, encheu o salão medieval. O festival Bragacine, embora não com a adesão esperada, ofereceu um cartaz muito diversificado. A RUM manteve-se em alta, com novos programas e uma aposta na música que mostra a qualidade do que cá é feito.
Contudo, o Minho é muito mais do que isto. O Minho é Barcelos e o Festival NAA; o Minho é Famalicão e a Casa das Artes; o Minho é o Festival Paredes de Coura, o NEOPOP e o Vilar de Mouros; o Minho é Encontrarte em Amares. O Minho é cultura.