O Gil Vicente foi derrotado em casa pelo FC Porto, por 1-5, num jogo que passou por diversas fases. A equipa gilista entrou bem, teve 20 minutos de bom nível, mas acabou vergada à superioridade azul. Um golo de Casemiro aos 35 minutos e a expulsão de Jander, aos 37, precipitaram o desfecho de uma partida que acabou em goleada portista.

A necessidade aguça o engenho, diz-se. Talvez por isso, por precisar tanto de pontos para escapar aos últimos lugares, o Gil Vicente encarou o FC Porto olhos nos olhos, sem temores e avançou, atrevido, rumo aos terrenos do dragão. Logo a abrir, Paulinho acertou na barra, pouco depois Simy foi antecipado por Maicon quando seguia para a baliza e, aos 17 minutos,  Yamissi viu Fabiano impedir-lhe o golo.

Nos primeiros 20 minutos, aliás, o Gil Vicente teve o jogo na mão. Tapou os ataques do FC Porto, impediu que os laterais portistas conseguissem progredir e criou boas oportunidades para marcar. Não conseguiu. E acabou por pagar caro por isso. O golo de Casemiro, aos 35 minutos, desbloqueou o jogo para o FC Porto e encaminhou a vitória portista.

Este dragão parece ser um adepto do risco. Gosta de viver no limbo, com adrenalina permanente, quase como se fosse um trapezista sem rede por baixo. É uma equipa de metamorfoses, que durante o jogo passa por diferentes fases. Oscila entre o bom e o mau, entre momentos de envolvência e erros crassos. Tanto sufoca o adversário como lhe dá boas chances para marcar. Depois de 25 minutos de letargia, o dragão acordou e caminhou para uma vitória robusta.

Os destaques: Óliver com a batuta, Casemiro e Jander a fazer pender a balança

Frente ao Gil Vicente, a primeira grande oportunidade do FC Porto surgiu à meia-hora, quando Jackson viu Adriano negar-lhe o golo. A partir daí, entre os 30 e os 35 minutos, o dragão viveu um dos melhores momentos no jogo: assumiu a bola, empurrou o adversário, rondou a baliza gilista e esteve perto de marcar. Consegui-lo-ia aos 35 minutos, num pontapé de muito longe de Casemiro que surpreendeu Adriano.

A descida do Gil Vicente à casa dos horrores culminaria na expulsão de Jander, por acumulação de amarelos, dois minutos depois de o FC Porto se ter colocado em vantagem. A equipa gilista desorientou-se, não teve capacidade para impedir os avanços portistas e viu a estratégia desabar como um baralho de cartas. Em vantagem, no resultado e no número de elementos, o FC Porto assumiu de vez o controlo do jogo.

A segunda parte mostraria, aliás, a melhor face deste dragão. Com boas combinações, a equipa azul tomou a baliza gilista de assalto, criou diversas oportunidades para marcar e conseguiu chegar ao segundo golo, aos 55 minutos, numa conclusão de calcanhar de Bruno Martins Indi. Com o jogo controlado, o dragão manteve o ritmo, agora mais confiante, sem permitir que o Gil Vicente conseguisse sequer chegar perto da baliza de Fabiano.

Sem armas para responder, o Gil Vicente mostrou-se impotente para reentrar na discussão do jogo. Deixou de conseguir aproveitar a velocidade de Diogo Viana, perdeu a luta do meio-campo, afundou-se rapidamente e viu a equipa azul-e-branca marcar golos em catadupa. Aos 70, Brahimi fez o terceiro dos FC Porto antes de rumar à CAN e, já depois de Vítor Gonçalves ter reduzido para os gilistas, aos 75’, Óliver e Jackson fixaram a mão cheia com mais dois belos golos. O Gil nada pôde fazer para o contrariar.