O jogo entre o Estoril e o Moreirense, a contar para a 16ª jornada da Primeira Liga, resultou em um golo para cada lado – divisão proporcional de pontos e preservação da tranquilidade na tabela classificativa. Rúben Fernandes abriu o ativo aos 38´para os canarinhos. Aos dois minutos da 2ª parte, Vítor Gomes restabeleceria a igualdade.

O apito inicial de Bruno Paixão trouxe um Estoril mandão, agitado pela potência de Sebá. Canhoto puro caído sobre o flanco oposto, o avançado brasileiro rematou à primeira e assistiu Kléber à segunda, valendo o corte in-extremis de Marcelo Oliveira. À monopolização da posse de bola por parte do Estoril, o Moreirense respondia com o recuo de linhas e a organização defensiva apuradíssima que lhe é reconhecida.

Em cima do quarto de hora, porém, numa transição muito bem desenhada, os cónegos demonstravam que também estavam vivos no jogo. Arsénio apanha a defesa estorilista em contrapé, lança um passe a rasgar para João Pedro, que aparece em movimento diagonal. O “10” português acabaria por desperdiçar na cara de Kieszek, que com uma sapatada desviou a tentativa de “chapéu” para o travessão.

Este lance acabaria por ter o condão de retirar a timidez ao Moreirense, que subiu no terreno e pressionou a primeira fase de construção do adversário. Com algumas dificuldades em ligar o seu jogo, o Estoril apenas tirava o sono a Marafona por via das bolas paradas. E assim o foi. Rúben Fernandes já havia ameaçado e desta feita empurrou mesmo a bola para o fundo das redes, após exímio cruzamento tenso de Emídio Rafael.

Ainda antes do fecho da primeira parte, Battaglia atirou a rasar o poste, na sequência de boa combinação do ataque cónego. Talvez um grito de revolta para com aquilo que o marcador anunciava ao intervalo, claramente penalizador para o Moreirense.

O início dos segundos 45 minutos revelou o lado mais lírico do futebol, como que se os Deuses tivessem sentido a necessidade de intervir e repor a justiça.  Paulinho, o melhor em campo na formação de Miguel Leal, surge de rompante na direita e tira um cruzamento sobre a direita, que Kieszek desvia para o coração da área, onde surge Vítor Gomes a empurrar. Erro crasso do polaco, entregando de bandeja a vantagem que tanto trabalho tinha dado a alcançar.

O jogo mantinha a sua toada especulativa, uma vez que estávamos perante um Estoril que tentava controlar as operações, mas que estava condicionado pela boa organização do Moreirense, que por sua vez também não arriscava descompensar-se lá atrás. Aos 57´Fernandinho, substituto da estrela da companhia Kuca – e que está de saída do clube, uma vez que vai disputar a CAN por Cabo Verde -, atirou às malhas laterais, já no interior da área do Moreirense. Valeu Paulinho num último fôlego a retirar o ângulo de remate ao brasileiro.

Duas equipas tão diferentes, mas tão iguais esta noite na Amoreira. Neste período, era o Moreirense que confiava nos centros teleguiados de João Pedro, em situações de bola paradas, para fazer a diferença, dado o impasse e a esterilidade de minutos e minutos de duelos físicos no meio-campo.

Dada a condição de visitado, era o Estoril quem mais tentava levar a bola para a frente, esbarrando sucessivamente na muralha verde e branca. Aos 84´ Ramón Cardozo antecipa-se a Kieszek, que tem uma saída atabalhoada e desconcentrada. O paraguaio acabaria por não se conseguir enquadrar com a baliza e dar a estocada final na desinspiração estorilista. Todavia o canto do cisne só ocorreu em cima do apito final. Num dos últimos lances da partida, o supersónico Paulinho surge novamente vindo de trás e remata cruzado, falhando por pouco o alvo.

Fechadas as contas, um empate positivo para um Moreirense – que vinha de uma derrota – ainda que tenha ficado a clara sensação de que a vitória esteve sempre ao seu alcance. Assim, os minhotos mantém a 9ª posição na tabela, com 21 pontos amealhados, algo que, tal como Miguel Leal sublinhou na falsh-interview, “está bem dentro dos objetivos delineados pelo clube”.

Na próxima jornada – a 17ª do campeonato – o Moreirense recebe o Arouca. O encontro está agendado para as 16 horas de sábado.