Depois dos resultados positivos conseguidos na UMinho, o grupo responsável pelo MMOQB (Movimento Menos Olhos Do Que Barriga) quer, agora, alargar a iniciativa a outras escolas e universidades do país, onde os desperdícios alimentares também são problemáticos. “Queremos adaptar a campanha às necessidades de cada escola, e formar grupos de voluntários para as habituais patrulhas de sensibilização”, esclarece Catarina Pereira, membro do grupo.

Um ano e meio depois do lançamento de uma campanha de sensibilização alimentar, os desperdícios de comida, nas cantinas da Universidade do Minho, reduziram para metade. Os resultados “surpreendentes” são justificados pelas ações do “Movimento Menos Olhos Do Que Barriga”, constituído por um grupo de estudantes de Ciências da Comunicação.

Em outubro de 2013, aquando do arranque do movimento, as cantinas da UMinho geravam perto de quatro toneladas de resíduos alimentares, por mês. Este valor resultava, em boa parte, dos alimentados deixados nos tabuleiros. Atualmente, os resíduos não atingem as duas toneladas. Para a diretora dos Serviços de Ação Social da UMinho, Celeste Pereira, este “é o melhor resultado” de sempre, nas cantinas da instituição. A quebra acontece num ano em que o número de refeições, servidas na UMinho, aumentou 10%. Números que levam Celeste Pereira a reforçar o sucesso do trabalho desenvolvido pelo MMOQB.

O movimento surgiu na sequência de um desafio lançado pelos Serviços de Ação Social aos estudantes de Ciências da Comunicação. O objetivo era idealizar um projeto, capaz de consciencializar os utilizadores das cantinas para o desperdício alimentar e riscos ambientais consequentes.

André Vilar, Catarina Pereira, Cláudia Barros, Flávia Botelho e Sara Oliveira apresentaram o projeto mais interessante. E são estes os protagonistas da campanha que tem vindo a alterar os hábitos alimentares dos estudantes da academia minhota.

“Contentes e orgulhosos” pelos resultados alcançados, os jovens acreditam que o mérito da campanha se deve à opção por uma “abordagem direta e próxima”, realizada por alunos e dirigida a alunos, afirma Flávia Botelho. Aquando das intervenções, o grupo apresentava números reais do desperdício, calculado mensalmente, o que “surpreendia muitas pessoas”. Eram, ainda, partilhadas soluções, para evitar as perdas alimentares, como explicou Sara Oliveira.

André Vilar justifica, ainda, o sucesso da estratégia adotada com a possibilidade de “resposta imediata” por parte dos estudantes. Quando as patrulhas circulavam pelas cantinas da UMinho, “já havia quem avisasse o colega do lado de que deveria comer tudo, ou quem repreendesse o colega da frente que pediu salada, quando até nem aprecia”, conta o membro do MMOQB.

Entretanto, para a UMinho, estão previstas algumas surpresas, que serão reveladas em breve, através de iniciativas na página do grupo no Facebook, e de ações pelos campi universitários.