No próximo mês, o projeto fará um ano, mas já serve de ‘mãe’ a 750 artistas.

Galeria de dia, plataforma 24 horas. A Shair não descansa. Arte é a linguagem que decora as suas paredes. Dos quadros pincelados aos traços mais aguçados de carvão, aqui não se fala senão de talento emergente.

“A arte é um campo bastante forte ao nível do desenvolvimento da sociedade”, diz Mariana Gomes, responsável pelo projeto. Não hesita em afirmar que, para a Shair, arte é “muito mais que um negócio, trata-se de uma forma de pensar o mundo”.

Já são 750, os artistas que compõem a família deste projeto situado no centro de Braga. Seja pintura, escultura, fotografia ou outra forma de arte, as obras que aí se encontram são “peças únicas” feitas por quem não é ainda Van Gogh ou Duchamp, mas pretende lá chegar.

“Ceci n’est pas un musée”

“Ceci n’est pas un musée” (Isto não é um museu) pode ler-se numa das paredes do interior da galeria emergentes dst. E assim se pode descrever a Shair: uma galeria que vai para além do sentido comercial do mundo artístico para servir de “oportunidade única a artistas, na sua maioria, ainda nada conhecidos”. Shair trata-se, assim, de uma espécie de génio que permite a “pessoas que até já tinham desistido de se tornarem artistas”, sê-lo. Esta é, portanto, a essência do projeto bracarense que passa por tentar concretizar o sonho dos mais de 750 artistas que acolhe através da divulgação das suas obras de arte na Europa.

Fazer parte da família Shair é muito simples. Basta submeter as obras na plataforma online, ficando as mesmas dependentes dos utilizadores registados que votam nas suas obras preferidas para exposição na galeria emergentes dst.

Trata-se de dar “oportunidades reais” a pessoas com um sonho que, segundo a Shair, se pode concretizar.

 

“A um chique de arte única e acessível”

A Shair não ajuda apenas quem pretende tornar-se artista, satisfaz também “quem quer comprar obras inéditas ao preço de uma peça reproduzida em massa”, assegura Mariana Gomes. “Be a part” é, então, o slogan deste projeto.

“Quanto mais acessível, mais de acordo está com o nosso posicionamento”, defende a CEO do espaço. E acrescenta: “Nós estamos a oferecer, ao mesmo preço que um quadro do Ikea, uma obra que é única, feita de talento real, feita por artistas reais, feita por pessoas que de facto têm algo a dizer.”

Seja inglês, francês ou português, este projeto pretende falar a uma só voz, a voz dos futuros artistas. E não há limites. Dos 18 aos 60 anos, mais novos ou mais velhos, todos procuram o mesmo porque, para a Shair, “vamos sempre a tempo”.

 

A arte como expressão do mundo

“Eu costumo dizer que se querem ver o que está mal na sociedade olhem para as obras de arte, não vejam as notícias”, conta a responsável pelo projeto Mariana Gomes. E justifica: “É uma forma mais sincera, mais atualizada e menos disfarçada”. A arte é, assim, para a shair, a mais pura forma de expressão daquilo que se passa no mundo.

E é o mundo que a Shair quer conquistar. Espanha, Reino Unido e França são os países onde, até ao fim deste ano, a Shair conta estar já bem posicionada.

Ambição é uma das palavras que define este projeto ainda recente, mas que contará já com a sua 8.ª exposição no dia 21 de março. “Queremos ter, na plataforma, vezes 10 o número de artistas, vezes 10 o número de obras…” diz, Mariana Gomes, entre risos. E completa: “Temos objetivos sempre muito lá em cima, porque quanto mais em cima estivermos, mais acima chegamos”.

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