Perto das 21h30, do passado sábado, dia 18 de abril, as portas do salão medieval da Reitoria abriram-se ao público. Em pouco tempo, foram ocupadas todas as cadeiras livres – que não foram suficientes para o número de pessoas que queria assistir ao espetáculo. Estiveram presentes cerca de 250 pessoas para assistir ao Encontro de Coros Universitários (ECU), organizado pelo Coro Académico da Universidade do Minho (CAUM).

Esta é a décima segunda edição de um encontro que, segundo a presidente do CAUM, Catarina Silva, “ é, talvez, o concerto mais importante para o CAUM. É o concerto em que o CAUM faz e revê amigos e celebra, no fundo, a música coral e este gosto que todos temos em comum”.

O burburinho do salão cessou quando o CAUM se deslocou ao palco para abrir o XII Encontro de Coros Universitários, que contou com as atuações não só do coro minhoto, mas também com o Orfeão Universitário do Porto, Orfeon Académico de Coimbra, Gruppo Polifonico “Claudio Monteverdi” e participação especial da Gatuna, Tuna Feminina da Universidade do Minho.

Numa entrevista ao ComUM, a presidente do CAUM afirmou que apesar desta edição do ECU ter sido mais ambiciosa que as anteriores, “correu bem. As pessoas pareceram gostar daquilo que lhes oferecemos”. Quanto aos coros convidados, Catarina Silva refere-se a eles como “referências nacionais e internacionais”, sendo que no caso do grupo italiano Claudio Monteverdi, o CAUM “desafiou-se completamente”, trazendo “algo novo à cidade de Braga e a nós mesmos”. Para Catarina, é com os intercâmbios que o grupo coral da Universidade do Minho se vai “construindo e aprendendo. É nestas “brincadeiras” que somos CAUM”.

A música que deu início a este encontro é “Leãozinho”, de Caetano Veloso, seguida por um bloco de músicas brasileiras pautadas pela boa disposição do CAUM e pela recepção calorosa por parte do público.

Ao coro minhoto juntou-se a Gatuna, numa colaboração que não acontecia há seis anos. A música que juntou estes dois grupos culturais da Universidade do Minho foi “Gente Humilde”, de Vinicius de Moraes, Chico Buarque e Garoto. A colaboração foi não só elogiada por membros de ambos grupos em discursos de agradecimento, mas também pelos aplausos prolongados por parte da audiência.

Após esse momento, a Gatuna teve a oportunidade de se dar a conhecer através de três músicas portuguesas. E encerraram a sua atuação com “O amor é louco”, de João Dias, num arranjo que trouxe ao salão muito ritmo e animação.

O grupo que se seguiu veio da Invicta. O Orfeão Universitário do Porto apresentou um bocadinho da sua história e prosseguiu com uma interpretação de “Sing Hallelluja and Amen”. Despediram-se com “An Irish Blessing” e com a promoção do Encontro Internacional de Coros previsto para o próximo dia 8 de Maio, onde se conta também com a presença do CAUM.

Os seguintes a pisar o palco foram os italianos Gruppo Polifonico “Claudio Monteverdi”. As diferenças na língua não foram um entrave para que a emoção saída das vozes deste grupo passasse para a plateia. Este grupo, no seu discurso final de agradecimento, mencionou quão bem acolhidos foram por parte do CAUM e que a hospitalidade tinha marcado este intercâmbio cultural. Esta foi também a primeira vez em 40 anos que o aclamado grupo esteve em Portugal.

Seguiram-se os coimbrenses Orfeon Académico de Coimbra, que com a interpretação de “I Dreamed a Dream” comoveram a plateia, onde eram observáveis lágrimas pontuadas pela atuação sentida deste grupo coral. A sua música de encerramento, “Hallelujah, Coro 42”, de Händel teve também o merecimento de fortes aplausos que se fizeram ecoar pelo salão.

Para terminar, o CAUM regressou ao palco com quatro canções, que foram entusiasticamente aplaudidas pelo público.

Para uma próxima edição do ECU, Catarina Silva revela apenas que “podemos contar com todo o empenho e entrega do CAUM” e que um dos aspetos a ser melhorado será o tempo de atuação de cada grupo, para que o espetáculo não se torne demasiado longo e que a existência de um intervalo é algo a considerar.

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Fotografia: João Ribeiro