A figura

Jorge Jesus

Estranhe esta distinção à vontade, leitor. A verdade é que este não foi um jogo qualquer e, por isso, merece uma distinção diferente, porque, hoje, o Benfica voltou a ser bicampeão, mais de 30 anos depois. O treinador é um dos maiores obreiros. Depois de ter perdido diversas peças-chave no início da temporada e lutando contra um FC Porto revigorado, Jesus construiu uma equipa capaz, sólida e pragmática. Venceu, por vezes convenceu e entrou na História. Chapeau, mister.

 

Em cima

Douglas

Na primeira meia-hora, o Benfica criou uma verdadeira avalanche ofensiva, com sucessivas oportunidades, em que o golo pareceu iminente. Na baliza do Vitória, Douglas nunca tremeu, negou dois golos a Maxi Pereira e estabeleceu uma parceria de sucesso com os postes para manter o nulo. Seguro, confiante e audaz, até a lesão que sofreu, aos 15 minutos, foi importante para os vitorianos quebrarem o ímpeto ofensivo do Benfica.

Salvio

Foi um dos jogadores em maior evidência no Benfica, pela capacidade que demonstrou, durante toda a partida, para ser o motor do jogo encarnado. Esteve nas jogadas de maior frisson junto da baliza de Douglas e foi sempre muito forte nos duelos individuais.

Bela resposta do Vitória

Há um dado insofismável: nenhum dos quatro primeiros classificados do campeonato conseguiu vencer no Estádio D. Afonso Henriques. Depois de empatar o FC Porto e derrotar o Sporting e o SC Braga, o Vitória impôs um nulo ao campeão, jogando com alma, debaixo de um clima de grande tensão, conseguindo reagir a um período inicial de grande sufoco. Criou dificuldades ao Benfica e não foi por culpa própria que os encarnados festejaram o título em Guimarães…

 

Em baixo

Falta de eficácia encarnada

Pronto a resolver o jogo cedo, o Benfica entrou no castelo de espada em riste, com vontade de derrubar o rival, mas faltou-lhe killer instinct para aproveitar as diversas oportunidades que construiu. Pareceu traído pela ansiedade. O lance de Jonas, aos 33 minutos, foi o melhor exemplo de como os nervos perturbaram o estado de espírito benfiquista.

Pizzi

Abaixo do que tem feito, mais errante e com menos bola, teve dificuldade para carrilar o jogo do Benfica, falhou diversos passes e nunca conseguiu ser uma pedra influente no meio-campo encarnado. Acabou substituído, aos 67 minutos, preterido por Talisca, naquela que foi a primeira alteração de Jorge Jesus.