O habitual número de carros na Marcha Gualteriana viu-se, este ano, reduzido. Pelo centro de Guimarães andou menos um. Porém, mesmo com oito carros, a marcha não deixou de levar milhares de pessoas às ruas, na passada segunda-feira, dia 3 de agosto. Além disso, houve espaço para música, sátira e pequenas representações teatrais.

O trabalho começou cedo. Uma equipa de trabalhadores dedicados exclusivamente a este ofício prepararam os carros, ao longo de um ano inteiro, ao sol e à chuva. No próprio dia, foram dados os retoques finais dos carros alegóricos, sob uma onda de calor.

Os jornais e as estações radiofónicas divulgavam a notícia de que haveria menos um carro. As razões são de cariz financeiro. Ao ‘Guimarães Digital’, no final de junho, José Bastos, Vereador da Cultura, chegou a explicar: “a atual conjuntura económica obriga-nos a uma ainda maior racionalidade de recursos o que faz com que, por exemplo, o orçamento das Festas Gualterianas seja hoje inferior ao que era anteriormente”.

No decorrer das festividades vimaranenses muito acarinhadas pelos seus habitantes e por turistas tanto de dentro como de fora do país, já circulavam panfletos que descreviam este grande evento.

A noite é o momento alto das festas que honram S. Gualter. Às 23h00, o fogo-de-artifício era audível por todos os cantos citadinos e milhares de pessoas esperavam nas margens das ruas pela passagem da marcha; uma parte com alguma antecedência, chegando algumas a estar ao fim da tarde a guardar o lugar.

Da Rua da Casa da Marcha à Rua Agostinho Barbosa, o percurso manteve-se pelas principais ruas da cidade: Rua da Casa da Marcha, Rua Dr. Eduardo Almeida (Escola Secundária Martins Sarmento), Avenida Cónego Gaspar Estaço, Largo da Mumadona, Avenida Alberto Sampaio, Largo da República do Brasil (“Campo da Feira”), Alameda de S. Dâmaso, Largo do Toural, Rua de Santo António, Avenida General Humberto Delgado, Rua Agostinho Barbosa.

Foram oito os carros alegóricos na Marcha: Carro da Cidade; Carro da Associação Comercial e Industrial de Guimarães (ACIG); Carro da Venerável Ordem Terceira de S. Francisco – Tratado da Paz; Carro de Gil Vicente – Auto da Barca do Inferno; Carro do Holocausto; Carro da Basílica de S. Pedro – Toural; Carro das Balonas. No espaço deixado por estes, decorreram diversas atuações de vários grupos musicais do município e arredores municipais. Os grupos marchantes, as pequenas representações teatrais e as demonstrações satirizantes muitas vezes faziam rir os visitantes.

Manuel Alves, entrevistado pelo ‘ComUM’, indica que, “como todos os anos, a tradição” foi o motivo pelo qual se dirigiu ao Largo do Toural para vislumbrar o espetáculo alegórico anual. Mostrando maior preferência pelo Carro de S. Pedro, “para o ano, é para repetir”, afirma.

Ana Maria, outra transeunte, emigrante em férias, revelou preferência pelas balonas do carro final e vontade em repetir a experiência. “Gostei muito”, afirmou.

Com a ACIG no topo dos gostos dos objetos de visionamento da marcha, Emília Ribeiro refere os motivos que a levaram a assistir à mesma: “por ser de Guimarães e por ser tradicional”. Ainda, a mesma vimaranense lançou um “sim” convicto, no sentido de regressar à mesma plateia no próximo ano.

Para o ‘Guimarães Digital’, Nuno Vieira e Brito, secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar, mostrou agrado pelo momento festivo, muito embora alguma estranheza pelas, cite-se a mesma fonte, “poucas críticas ao poder político”.

Também questionado pelo mesmo meio de imprensa, o presidente da câmara realçou “a beleza dos carros alegóricos” e reforçou a necessidade de repor o carro em falta na marcha bem como de “apostar nos números vivos”.

Com aquelas promessas, Guimarães volta a marchar no próximo ano.

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Fotografias: Pedro Ribeiro e Susana Ferreira