Björk. Um nome, não apenas musical, mas, sobretudo, artístico. Trata-se da cantora islandesa, de 49 anos, uma alma fora do comum. O seu novo álbum, produzido em conjunto com Arca e The Haxan Cloak, é o reflexo de um trabalho bem pensado e, ao mesmo tempo, muito sentido. Vulnicura significa “aquele que carrega um ferimento”, revelou a artista numa entrevista dada à PopLoad. Este disco fala essencialmente da dor que uma separação pode causar e refere-se especificamente ao recente divórcio da cantora, uma altura difícil e emocional na sua vida.

Björk, intérprete da famosa canção “It’s Oh So Quiet”, apresenta no seu novo projeto, uma grande variedade de formas de arte. O videoclip de “Stonemilker” é uma novidade, visto ter uma visão 360º que, embora com pouca qualidade, consegue captar de forma única a essência da canção da islandesa, pela paisagem, pelo facto de podermos vaguear por aquela pequena esfera, sem perder o espírito da música.

A identidade única desta grande senhora deveu-se às suas batidas com um estilo espiritual, eletrónico e alternativo. Uma música que acalma e aconchega, que quer chegar até nós, se apenas conseguirmos assimilar as palavras sentidas, as batidas lentas e os sons fúnebres ou esperançosos.

“Black Lake” é mais uma expressão vocal e corporal em que Björk fala das diferenças entre ela e o seu antigo companheiro, um retrato de uma relação, cantado com palavras quase silabadas, quase soletradas. O vídeo é uma expressão crua e contemporânea de um lugar escuro e triste que evolui com o aparecimento de obstáculos ultrapassados pela protagonista para dar, no final do percurso, claridade, de forma a deixar transparecer a continuação do caminho do medo até à libertação.

No seu site, bjork.com, temos todo o trabalho desta maravilhosa artista e ainda um pequeno comentário seu, relativamente a Vulnicura: “o processo biológico é: a ferida e a cura da ferida. Psicologicamente e fisicamente. (…) Há uma saída”. Um apelo a quem acha que a escuridão nunca acaba.

Posso dizer, depois de extensa pesquisa, que Björk é uma mulher que não tem medo de ser exatamente quem é, e também não receia que a criança dentro de si se liberte, porque todas as emoções a levam a um estado criativo que a permite afirmar-se como uma artista irreverente.