Estação Onze conta a história de Kirsten Raymonde e a troupe de teatro Sinfonia Triunfante, acompanhando a sua procura pelo mítico Museu da Civilização e a sua fuga do profeta, o líder de um culto do fim do mundo em St. Deborah by the Water. Também conta a história de Miranda Carroll, autora da banda desenhada Dr. Onze, uma das poucas relíquias que resta do velho mundo, e da sua relação com Arthur Leander, o famoso ator que morreu em palco. Conta ainda a história de Jeevan Chaudhary, o paramédico que tentou salvar Arthur na fatídica noite em que o mundo se começou a desmoronar. Mas acima de tudo, conta a história da humanidade depois da morte de grande parte da população da Terra devido à Gripe da Gregória.

George R. R. Martin comentou que o livro era “profundamente melancólico, com uma escrita magnífica”, e esta é também uma opinião que muitos críticos partilharam sobre o livro de ficção científica desta autora, que já conta com três títulos na sua carreira de escritora.

Foto: John Feder, News Corp Australia

Foto: John Feder, News Corp Australia

Neste mundo pós-apocalíptico, décadas após os desastres, já não há internet, a eletricidade está a ser reinventada e é impossível viver no novo mundo sem matar. Famílias procuram abrigo em velhos restaurantes de fast-food. Todos têm saudades e esperam voltar ao que era o mundo antes da epidemia, mas todos sabem que não vai acontecer.

Um grande tema do livro é apreciarmos a nossa vida, pois tomamo-la por garantida. Sem ninguém a fazer manutenções de rotina, o mundo perde eletricidade, internet, viagens de carro, comboio e avião. E tudo isto é escrito de forma um bocado dramática, imitando certos aspetos das obras de Shakespeare, obras triunfantes no Novo Mundo.

O único defeito que encontrei no livro foi a forma de como foi escrita. Não há uma sucessão linear de acontecimentos, e por isso acompanhar a história consegue ser um bocado confuso se não lermos tudo de uma vez. Porém, o livro vale a pena, apresentando uma refrescante versão das histórias pós apocalípticas.