O filme “Praia do Futuro” estará em exibição em terras portuguesas, depois de ter passado pelo Festival de Berlim e pelas salas brasileiras. Trata-se de um drama teuto-brasileiro que apresenta temas como vulnerabilidade, abandono e busca da felicidade.

O enredo gira à volta da história de vida de Donato (Wagner Moura), um nadador-salvador que, pela primeira vez, perde de vista um homem no mar. Posteriormente, conhece o amigo da vítima, Konrad (Clemens Schick), um motoqueiro originário da Alemanha. Os dois criam uma relação amorosa na terra natural de Konrad, esperando encontrar uma oportunidade de refazer a vida. Para trás fica o irmão de Donato, Ayrton, o qual sempre teve uma forte e especial admiração pela sua valentia e coragem. Anos mais tarde, Ayrton aventura-se em busca daquele que considerava o seu herói.

Diretor de “O Céu de Suely” e “O Abismo Prateado”, Karim Aïnouz pretende uma narrativa provocadora em que a personagem principal se revele aventureira e contraditória, mostrando medo, mas também uma certa coragem.

“A grande história do filme são esses dois irmãos que são muito próximos, é uma relação de pai e filho, mas que é de irmão mais velho e irmão mais novo”, afirma Aïnouz para o Público. O filme retrata claramente e sem preconceito “o afeto entre os homens”, acrescenta.

Ainda na linha de pensamento do realizador, os indivíduos vivem de uma complexa aceitação no que concerne a uma realidade cada vez mais banal. Neste sentido, Aïnouz afirma que “as pessoas não quiseram ver para além das cenas de sexo”. “É uma tristeza porque tem tantas coisas no mundo que estão acontecendo que são tão graves e aí você mobiliza a energia para esse lugar que é tão inócuo, tão absurdo”, conclui.

“Praia do Futuro” é um projeto cinematográfico que apresenta poucas respostas, porém levanta ainda mais perguntas ao espectador.