Svetlana Alexievich é a vencedora do prémio Nobel da Literatura de 2015. O anúncio foi feito, ontem, ao início da tarde, na Suécia. A sua obra conta com uma tradução multilingue, premiada com vários prémios.

Pelas 13h00 do dia de ontem, foi anunciado o nome desta jornalista e escritora bielorussa enquanto premiada com o Nobel, na Academia Real Sueca, em Estocolmo. A atual secretária nesta instituição de ensino, Sara Danins, destaca a criação de “um novo género literário”, que “funde literatura e jornalismo”, associando-lhe uma componente emocional e da alma.

Com um conjunto de livros traduzidos em mais de 22 línguas, arrecadou mais de 10 prémios literários. O seu reconhecimento reside, sobretudo, na componente de reportar a realidade. Uma das frases de Alexievich indica: “a melhor maneira de aprendermos alguma coisa sobre a vida é através do som das vozes humanas”.

A sua literatura encontra-se, entre diversos exemplares, em ‘War’s Unwomanly Face’ (1985), que alude à figura feminina soviética na II Guerra Mundial, ou em ‘Voices From Chernobyl’ (1997), que aborda o desastre nuclear, dando a voz a vários sobreviventes. A Porto Editora lançou, este ano, o único livro em português da sua autoria nomeado de ‘O Fim do Homem Soviético – Um Tempo de Desencanto’.

Nascida em Ivano-Frankivsk, na Ucrânia, moveu-se para a Bielorrússia, país de origem de seu pai. Licenciando-se na respetiva capital, Minsk, em jornalismo, exerceu este ofício desde o começo da sua atividade profissional. Devido a perseguições por parte do regime soviético, em 1994, esteve vários anos exiliada, em Paris, Estocolmo e Berlim, tendo regressado, em 2011, àquela cidade.