A Dama Dourada (Woman in Gold), um filme estreado em 2015, conta com a classificação de 7,4 no IMDb.
Este drama baseia-se na história real de Maria Altmann e Randol Schoenberg que dedicaram vários anos da sua vida a tentar recuperar a obra de arte “O retrato de Adele”, da Galeria Belverdere, na Áustria. Este retrato pertenceu à família de Maria que, sendo judia, viu a sua vida desmoronar-se na Segunda Guerra Mundial, tendo perdido todos os seus pertences.
Este filme divide-se em dois momentos narrativos, o presente e o passado. O presente conta-nos a história mais importante. Maria, natural da Áustria, residente nos EUA após se ter refugiado durante a Segunda Guerra Mundial, e Randol, um jovem advogado inexperiente, juntam-se para conseguir justiça. Isto é, reaver o quadro que havia sido roubado pelos nazis e que, agora, estava sobre a posse da Galeria Belvedere. Tudo isto, enquanto Maria “luta” contra os “demónios” do seu passado, as recordações e rancores que guarda do seu país e enquanto Randol tenta dar o seu melhor para ser bem-sucedido e sustentar a sua família. Já o momento passado, que nos é proporcionado sob a forma de inúmeros flashbacks, relata-nos a história de Maria e da sua família enquanto vivia na Áustria. Uma vida de riqueza, união familiar e felicidade que acaba por se desmoronar.
Não pode negar-se que se trata de um filme interessante e que nos permite “passar um bom bocado”. A Dama Dourada é envolvente e emocionante. Uma boa aposta para quem deseja passar algum tempo e se interessa por arte ou por história. No entanto, este filme tem falta de pormenor em relação às motivações das personagens. Além disso, falta-lhe algum nexo no que diz respeito a algumas cenas que nos deixam sem perceber o porquê de terem acontecido. Também o tom de brincadeira com que são encaradas algumas cenas que deveriam demonstrar uma maior seriedade, nomeadamente num tribunal, tiram ao filme alguma credibilidade.
Juntando-se aos pontos fracos deste filme, também observamos um excesso de flashbacks que repetem os mesmos momentos da vida de Maria e um sentimentalismo exagerado e por vezes desnecessário, que conferem ao filme um carácter mais pesado e, em certos momentos, aborrecido.
Ainda assim, A Dama Dourada não perde o seu encanto, talvez não seja é tão brilhante como se esperava.
Título português: A Dama Dourada
Título original: Woman in Gold
Realização: Simon Curtis
Elenco: Helen Mirren, Ryan Reynolds, Daniel Drühl, Katie Holmes, Max Irons, Charles Dance, Tatiana Maslany e Antje Traue
Duração: 110min