O Ministério Público acusou quatro estudantes da Universidade do Minho pela morte de três outros colegas na Praceta do Vilar, em abril do ano passado, bem perto da academia minhota. Os quatro alunos são acusados de terem causado a queda da estrutura que vitimou três estudantes.

O caso remonta a 23 de abril de 2014, dia em que a queda de um muro atingiu quatro estudantes universitários, tendo tirado a vida a três deles – todos do curso de Engenharia Informática.

De acordo com uma nota no site da Procuradoria-Geral Distrital (PGD) do Porto, “os quatro arguidos treparam a uma estrutura composta por alvenaria de tijolo e betão” destinada a albergar correio com o objectivo de festejar uma vitória face a curso de medicina. Terá sido essa acção que provocou que “a estrutura rodasse sobre a sua base e caísse para a frente, colhendo quatro outros alunos de engenharia informática”.

Como então o ComUM noticiou, a estrutura que desabou não estava licenciada e já tinha suscitado preocupação dos administradores do condomínio do prédio em frente –  que emitiram, em 2009, uma carta à Câmara Municipal de Braga (CMBraga), alertando para a instabilidade da dita estrutura. A 28 de abril, cinco dias depois da tragédia, o presidente da CMBraga, Ricardo Rio, afirmara que a responsabilidade da estrutura era do condomínio, tendo a autarquia referido, em comunicado, que a carta emitida em 2009 a dar conta da instabilidade da estrutura só tinha chegado à CMBraga em 2010, referindo-se a um muro fissurado que foi fiscalizado e intervencionado pelos serviços camarários.

Por apurar estão ainda as consequências legais que esta decisão ditará nos alunos visados. Os arguidos poderão agora pedir a abertura de instrução e rebater a acusação do Ministério Público.

AAUM surpreendida com decisão do Ministério Público

A Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) reagiu, há instantes e com “surpresa”, à decisão final do Ministério Público sobre o incidente que vitimou os três estudantes da UMinho.

Sem conhecer “o teor de todo o processo” a AAUM refere que a nota divulgada esta terça-feira no site oficial da PGD do Porto “evidencia uma total falta de rigor nos dados que são apresentados acerca do acidente que vitimou três estudantes, incorporando dados que não correspondem à realidade dos factos”.

Em comunicado, a AAUM garante estar a “acompanhar o desenrolar dos acontecimentos junto dos colegas dos estudantes em causa”, mostrando “total disponibilidade no sentido de auxiliar no que for necessário”.

| NOTÍCIA ATUALIZADA ÀS 20H22 do dia 10-11-2015 |

Rui Barros

Ricardo Castro