A exposição e iniciativa ‘Retornar – Traços da Memória’, inaugurada recentemente, apresentam abordagens fotográficas sobre os retornados das ex-colónias portuguesas, após a Revolução de Abril associando outras atividades. Com entrada gratuita, pode ser frequentada até fevereiro do próximo ano, em vários locais da freguesia de Belém, em Lisboa.
Inaugurada em novembro, para o efeito, Galeria Avenida da Índia, em Belém, na capital lusa, mostra ao público fotografias diversas de Bruno Simões Castanheira, juntamente com periódicos da época, diários, mapas, entre outros materiais. Contando com um prolongamento pelo Padrão dos Descobrimentos, também por Belém, numa zona de intervenção urbana, uma parte do espólio fotográfico do fotojornalista Alfredo Cunha, daquele local, captado em 1975, pode ser visitado.
Além daquelas exibições, sucedem-se debates e conversas, com performances, uma de inauguração, já ocorrida, mais uma de encerramento, a ocorrer no última dia da iniciativa, e um espetáculo, de nome ‘Portugal Não é um País Pequeno’, de André Amálio, a ocorrer em janeiro, no Teatro de S. Luiz.
Foram centenas de milhares de pessoas que, há 40 anos, disseram adeus a África. Elsa Peralta, comissária da exposição, explica à ‘RTP’: “A palavra retornar e retorno foi utilizado com uma conotação pejorativa o que fez com que as pessoas de facto não gostassem de se verem identificadas com essa categoria. Muitos definem-se com refugiados outros como desalojados, como desapossados e não se identificam como retornados.”
Após o seu início no passado dia 4, ambas as exibições fotográficas, mantêm-se até dia 29 de fevereiro de 2016, a custo zero. A performance em falta ocorre no último dia da exposição e o espetáculo ocorre em janeiro.