O 'Governo Sombra' esteve na última quinta-feira no Theatro Circo para um programa especial no final do encontro "A Ciência em 3 Actos: Sociedade, Prosperidade, Política", da Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Por ocasião das comemorações dos 25 anos da Licenciatura em Ciências da Comunicação da Universidade do Minho, os alunos do curso tiveram oportunidade de assistir ao programa ao vivo, preenchendo a plateia com várias dezenas de estudantes.
A conversa iniciou com o tema da ciência, e Ricardo Araújo Pereira, Pedro Mexia e João Miguel Tavares relembraram as suas experiências com o campo da ciência, e falaram ainda do papel das letras na área.
Os temas mais prementes da atualidade seguiram-se, e Ricardo Araújo Pereira falou desde logo sobre os motivos pelos quais o auto-proclamado Estado Islâmico atacou Paris na sexta-feira, dia 13. O conhecido humorista defende que o verdadeiro motivo por detrás destes ataques foi o facto de as pessoas viverem em liberdade, com “homens e mulheres, iguais uns aos outros, coisa que eles abominam.”
João Miguel Tavares moveu o debate para os assuntos nacionais, falando das eleições presidenciais e do candidato Marcelo Rebelo de Sousa. Pedro Mexia falou de um “silêncio” do professor universitário, que tem vontade de “entrar numa máquina do tempo e sair no dia 24 de janeiro vitorioso e com maioria absoluta”.
Tavares declarou-se “branco”, devido ao período de cinco meses em que Portugal está impedido, constitucionalmente, de ter eleições. Falou ainda do facto de Passos ter pedido uma revisão constitucional, mostrando-se surpreendido por, apesar de todos dizerem ser uma má ideia, ter prosseguido com trabalhos nesse sentido
Mexia decretou ainda o número “5.540.127”, explicando tratar-se do número de documentos que quatro procurados têm ainda de ler na Operação Marquês, onde está implicado José Sócrates. Os três comentadores falaram ainda da devolução da sobretaxa do IRS e do caso dos vistos gold.
Ricardo Araújo Pereira não se quis despedir sem antes deixar um conselho aos muitos alunos de Ciências da Comunicação da UMinho que estavam na plateia a assistir ao programa, dizendo, com ironia: “Não desencorajem, é possível encontrar um emprego sério”.