O calendário marca dia 4, e o relógio aponta para as 14h00. Após meses de planeamento e preparação,  as portas foram finalmente abertas. Os 10.000 metros quadrados reservados para a 2ª edição da Comic Con Portugal começam a ficar compostos quando as pessoas dão os primeiros passos para desbravar, ansiosamente, o interior. Crianças, jovens, idosos, famílias completas e grupos de amigos – todos estão presentes. Não fosse o mote deste evento ser ‘Be Whatever You Want’, uns optam por ir na sua própria pele, outros preferem encarnar a pele de personagens de séries ou cinema, desde os avatares que vieram de Pandora de propósito para estar na convenção, até ao Chapeleiro que fez um longo percurso desde o País das Maravilhas até à Exponor, em Matosinhos.

Tirar uma fotografia ou pedir um autógrafo aos artistas nacionais e internacionais das mais diversas áreas que o evento abarca – cinema, séries, televisão, videojogos, banda desenhada, cosplay, anime e manga – são algumas das razões que trazem os visitantes a este evento de cultura pop.

Conforme foram chegando, as pessoas foram-se espalhando pelos três espaços diferentes que fazem parte desta edição. A primeira parte é a zona de literatura, comics, board games e expositores, onde se podem encontrar artigos exclusivos ou peças antigas e colecionáveis, e até mesmo sabonetes com as caras de personagens de séries ou filmes. Esta é, desde início, uma zona bastante movimentada e com muita adesão por parte do público. Um pouco mais à frente encontramos a segunda zona, uma zona ainda mais cheia e ampla, dedicada ao cinema e à televisão. Aqui, para além da Exposyfy – local onde são expostos objetos de séries de ficção científica – que este ano é dedicada à série ‘Heroes’, o público pode ganhar brindes, de salientar os doces e os óculos de sol, e pode ainda, para os seguidores da série ‘Game Of Thrones’, tirar uma foto no trono da série. Para além disso, uma boa notícia para os fãs da trilogia “Regresso ao Futuro” é que, nesta mesma zona, está presente um DeLorean, um dos carros usados nos filmes. Este começou desde cedo a despertar grande interesse por parte do público, que foi, ao longo de toda a tarde, tirando muitas fotos – dentro e fora do carro onde se sentaram Michael J. Fox e Christopher Lloyd.

A zona de gaming, última das três, é dedicada inteiramente aos videojogos. São muitos os computadores, playstations e jogos. Aqui, as pessoas estão com os olhos completamente vidrados nos ecrãs, os ouvidos bem abertos para ouvir todos os sons transmitidos pelo jogo e com os dedos tão ágeis que parecem que foram treinados para aquilo.

Com o passar da tarde vêem-se cada vez mais visitantes dispersos pelas três áreas, mas o ponto alto do primeiro dia do evento acontece por volta das 16h00. Cria-se uma fila, que vai crescendo cada vez mais até Nathalie Emmanuel chegar finalmente ao Hall of Fame, zona de Meet&Greet, onde se realiza a sessão de autógrafos. A atriz de ‘Game Of Thrones’ chega com toda a sua simpatia e boa disposição, respondendo às perguntas dos fãs – um por um – que esperaram ansiosamente na fila, durante longos minutos ou mesmo horas, pela oportunidade de alguns segundos com a britânica. Ouvem-se perguntas como “Jon Snow está vivo ou não?” e “Que projetos se seguem?”.

Mascaradas a rigor de Mulher Maravilha (namorada do Super Homem) estão Inês, de 22 anos, e Inês Silva, de 28 anos. Para as duas amigas, este é o 2º ano consecutivo na Comic Con e ambas mencionam o bom ambiente que se faz sentir. A segunda refere ainda que, para ambas “o momento alto será às 18h00 na tertúlia com David Anthony Durham”.

Se tivesse oportunidade de fazer uma pergunta a um dos artistas, Inês Silva nem pensa duas vezes: “Perguntaria ao ator John Noble, que vai cá estar no sábado, como é que foi trabalhar ao lado de grandes atores como Peter Jackson, e muitos outros que fizeram parte da saga ‘Senhor dos Anéis’”.

Para Irina, de 18 anos, esta é uma estreia absoluta na convenção. Aparentemente encantada com todo o ambiente que se faz sentir, Irina confessa estar a gostar muito e não ter vindo ao evento para ver “algo em específico” mas sim para “ver tudo”. Para além disso, aproveita ainda para “fazer umas compras de Natal”. Tendo a oportunidade de falar com algum dos artistas, a jovem não menciona especificamente alguém, mas refere que perguntaria como é que estes artistas conseguem fazer “tudo isto, desde banda desenhada a videojogos”, porque para a mesma é tudo “absolutamente incrível”.

Já para Miguel Santos, de 18 anos, este evento já não é novidade, visto que não falhou uma única edição, alegando que vir à Comic Con “está a tornar-se um hábito”. Do seu ponto de vista “existem alguns momentos mortos”, mas esses são compensados por outros grandes momentos, tornando o ambiente “espetacular”.

Para além disso, Miguel refere que é “estranho” estar tão perto de artistas “tão conhecidos e fantásticos” e, “melhor do que tudo isso, conseguir ter a oportunidade de falar com eles”, finaliza.