Paulo Rodrigues, antigo aluno da Universidade do Minho formado em Engenharia de Sistemas e Informática, gerou um software capaz de fazer uma leitura do cérebro humano em 3D, a partir de imagens de ressonâncias magnéticas.
Esta inovação criada pelo estudante da Universidade do Minho permite visualizar todas as ligações nervosas do cérebro, auxiliando os médicos no diagnóstico e possibilitando uma melhor qualidade de vida para muitas pessoas.
Paulo Rodrigues, responsável pela criação desta inovação, realizou o seu doutoramento na Universidade Técnica de Eindhoven na Holanda sobre o estudo e visualização de neura imagem. Durante esse tempo, juntamente com a sua sócia Vesna Prchkovska, decidiram “aprofundar a sua curiosidade pelo cérebro”, reparando, mais tarde, que estariam a criar “uma tecnologia com enorme potencial e grande impacto social.” Assim, começaram a investigar no sentido de criar um produto para o mercado.
“Surgiu então o modelo de negócio de ‘imagem como um serviço’, ou seja o modelo típico de software como um serviço na nuvem, mas aplicado ao mundo da neura imagem”, explica o investigador natural de Viana de Castelo ao ComUM.
Segundo Paulo Rodrigues este software pode ser visto como um “Google Maps do cérebro” e, neste momento, as imagens obtidas são de duas dimensões sendo que os médicos conseguem ver se existe um problema numa parte do cérebro. Ainda assim, torna-se difícil fazer um diagnóstico com precisão.
Apesar de todas as investigações feitas no campo, o cérebro e o seu funcionamento continua a ser um mistério e ainda não se sabe ao certo as causas e os mecanismos de algumas patologias neurológicas “como o Alzheimer, Parkinson, Esclerose Múltipla ou o transtorno depressivo”. Segundo o investigador, “com este software espera-se acelerar a cura para algumas doenças e com isto ter um impacto social enorme ao melhorar a qualidade de vida de milhões de pacientes e das suas famílias.”
“Em primeiro lugar recebemos um pequeno premio Cre@tic pelo Tecnocampus de Mataro e fomos aceites no programa de aceleração Wayra, da Telefonica, em Barcelona”, respondeu o antigo aluno da academia minhota quando questionado sobre os apoios que recebia para a sua investigação.
Aos olhos de Paulo Rodrigues, foi esse “o grande catalisador de tudo.” A partir daí, as investigações do português foram apoiados pelo governo espanhol assim como da Catalunha. “Entretanto conseguimos investidores dos estados Unidos incluindo o prÉmio nobel Walter Gilbert que também é nosso conselheiro ”, explica o engenheiro e investigador.
Com este software Paulo Rodrigues cofundou em 2013, juntamente com a cientista Vesna Prchovska, a Mint Labs – Medical Innovation and Technology Laboratories. A criação da maior base mundial de dados de imagens cerebrais na Internet é dos seus objetivos sendo que plataforma conta, até ao momento, com cerca de 30.000 imagens digitalizadas de 4000 cérebros.