Mazgani encheu, ontem, a sala principal do Theatro Circo para apresentar o seu mais recente trabalho, o álbum Lifeboat.
Eram 21h30 e o público não parava de entrar. Apenas 10 minutos depois da hora marcada começava o concerto do músico iraniano. Com uma plateia composta por pessoas de todas as idades, o cantor deu início ao espetáculo com Trouble will soon be over, que depressa rendeu quem o ouvia.
Depois do segundo tema, cumprimentou o público e presenteou-o com On my way to Canaan Land, um original de Mahalia Jackson. Mazgani confessou viver para momentos como aquele e acrescentou que era “uma grande alegria” pisar o palco do Theatro Circo.
A luz levantou-se em Friday’s child de Lee Hazelwood. Mazgani pegou na guitarra e Vitor Cardoso passou do baixo para o contrabaixo. Seguiram-se mais três músicas, entre as quais a interpretação de This arms of mine de Ottis Redding.
“A próxima música vai valer a pena a espera”, disse o músico. Com a plateia às escuras e apenas uma luz a incidir sobre si, Mazgani apresentou a balada que se seguia. No silêncio da preparação, não tardou a surgir do público um “vai” ao qual o cantor respondeu “easy, man”, soltando uma gargalhada à plateia.
O espetáculo prosseguiu com interpretações das músicas Your voice grows dry e Everytime we say goodbye de Cole Porter. Com uma banda explosiva em palco e uma energia contagiante, o público não podia ter ficado mais satisfeito.
Enquanto fazia a apresentação da banda, Mazgani ainda brincou, “pedimos que acendam as luzes do palco para verem o quão bonita é esta banda.” O músico fez-se acompanhar por João Gomes no teclado, Isaac Achega na bateria, Pedro Cardoso na guitarra e Vitor Coimbra no baixo e contrabaixo.
O artista preparava-se para a despedida. “Foi maravilhoso, esta sala é magnífica e vocês são melhores ainda”, disse. Interpretou Broken Tree e, antes de sair de palco, mandou beijos para o público, que se levantou para o aplaudir e esperou, pacientemente, pelo seu regresso.
De volta para o encore, Mazgani pegou no microfone e desafiou o público a dançar. “Mas não é como o coitadinho do superhomem, em pé!”, brincou. Com as luzes da sala que criavam um ambiente dançante, a plateia, sem qualquer timidez, depressa se levantou e começou a dançar. Mazgani, entusiasmado, desceu para o meio do público.
Em conversa com o ComUM, Jorge Rebelo confessou não estar à espera de “tanta genica” por parte do artista. Também Sara Pinto, que veio de Aveiro para assistir ao concerto, confidenciou achá-lo “muito talentoso” e que foram os videos que viu no youtube e os espetáculos na televisão que suscitaram “ainda mais interesse em vê-lo ao vivo”.
Perante um público visivelmente satisfeito que aplaudia em pé, Mazgani despediu-se. “Temos a alma cheia. Dizemos sempre isto, mas às vezes é verdade”, e abandonou a sala.